Rua de Santos-o-Velho - (Início do século XX) Gravador J. NOVAIS - (Um desenho da Igreja de "SANTOS-O-VELHO" do livro de Alfredo Mesquita) in LISBOA DE ALFREDO MESQUITA
Rua de Santos-o-Velho - (Século Vinte) Foto SIPA - (Fachada principal da Igreja de Santos-o-Velho possivelmente do século XX) in MONUMENTOS
Rua de Santos-o-Velho - (Entre 1898 e 1908) - (A "Rua de S. João da Mata" esquina com a RUA DE SANTOS-O-VELHO em finais do século XIX inicio do séc. XX) (Abre em tamanho grande) in AML
Rua de Santos-o-Velho - (2008) Foto de LIJEALSO - (A frente da Igreja de Santos-o-Velho na freguesia da ESTRELA) in WIKIPÉDIA
Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A Rua de Santos-o-Velho onde existiu o Mosteiro de Santos depois Palácio Real e Paço de Santos, sendo hoje nesse local a Embaixada de França) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ III ]
«DE MOSTEIRO A RESIDÊNCIA REAL E PAÇO DE SANTOS»
Afastadas de «SANTOS» as Comendadeiras, ficou o MOSTEIRO vago e, com ele, o magnifico chão, que formava uma espécie de pequeno promontório, ainda hoje perceptível no adro da Igreja. O antigo Convento passou, então a chamar-se "SANTOS-O-VELHO" e foi alugado a um homem de abastadas posses, "FERNÃO LOURENÇO", que foi feitor da "CASA DA MINA". Achou que mal aproveitado estava um sítio tão bonito, pelo que arrendou tudo às Comendadeiras ( as quais, embora em nova morada, continuavam a ser proprietárias) e ali edificou um Solar para sua residência.
Pouco tempo se gozou do SOLAR e da faixa de terreno na margem do TEJO, com local de atracadoiro privado, o sítio ideal para o riquíssimo banqueiro e armador, um dos principais financiadores da aventura MARÍTIMA PORTUGUESA.
Em 1497, "D. MANUEL I", o afortunado (Rei de 1495-1521), acordou com "FERNÃO LOURENÇO" uma cedência do contracto. O Rei tinha gostado muito do local e mais ainda, da casa que o seu vassalo tinha construído. Logo arranjou maneira de dar umas terras de compensação a " FERNÃO LOURENÇO" e de ficar com o PALÁCIO DE SANTOS para a Coroa. Assim nascia "O PAÇO DE SANTOS".
A rica habitação burguesa foi transformada em residência real. Mas não foi a única. Desde 1497, o Monarca utilizou o "PALÁCIO DE SANTOS-O-VELHO" ou simplesmente "PAÇO DE SANTOS" para as cerimónias de seu casamento com "DONA ISABEL", filha dos REIS CATÓLICOS DE ESPANHA. As obras de transformação foram entregues ao Arquitecto "JOÃO DE CASTILHO", também autor do PALÁCIO REAL DA RIBEIRA, que participou noutras realizações: MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS, BATALHA e de TOMAR (tendo sido por isso, o principal mestre de obra do estilo chamado "MANUELINO").
Era uma morada secundária já que o Palácio residencial oficial dos Reis era, nesse tempo, a RIBEIRA. Mas "D. CATARINA", mulher e depois viúva de D. JOÃO III, gostava de passar temporadas em SANTOS e incutiu o gosto a seu neto D. SEBASTIÃO.
À medida que o "PALÁCIO REAL DA RIBEIRA" ia aumentando, o "PALÁCIO DE SANTOS" adquiria uma função recreativa dada a sua situação arejada, sua vista panorâmica e os seus jardins abrigados.
"DOM JOÃO III" (Rei de 1521 a 1557) não parece ter uma inclinação especial por este "PALÁCIO DE SANTOS" (em 1514, ainda príncipe herdeiro, ia morrendo ao cair de uma das varandas).
Tendo ficado fora de moda, o PALÁCIO atravessou um período obscuro. É nessa altura que se encontram as primeiras referencias da sua ocupação pelos "LANCASTRE" ("LUÍS DE LANCASTRE" 1505-1574), COMENDADOR DA ORDEM DE AVIS, filho de JORGE DE LANCASTRE (1481-1550), filho ilegítimo de "DOM JOÃO III" e, portanto primo do Rei "DOM MANUEL I", mestre da "ORDEM MILITAR DE SANTIAGO, "DUQUE DE COIMBRA" e fundador da dinastia dos LANCASTRES.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO[ IV ]-O PALÁCIO DE SANTOS
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