Largo da Ajuda - (19--) Foto de Paulo Guedes - (PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA, fachada virada para o "LARGO DA AJUDA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in AML
Largo da Ajuda - (c. de 1952) Foto de António Passaporte (Postal) - (Palácio Nacional da Ajuda, a "SALA DOS ARCHEIROS) in AML
Largo da Ajuda - (2012) Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - ("PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", "SALA DA MÚSICA". A MÚSICA era uma das distracções preferidas da família Real. Revelavam os jornais que quase todos os dias se podia ouvir concertos neste PALÁCIO) in CLIC PORTUGAL
Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (O vestíbulo do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", com numerosas estátuas e seu chão de "calçada à portuguesa) in CLIC PORTUGAL
Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAHA - ("PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" Uma das estátuas do Átrio do Palácio, representando a «DILIGÊNCIA») in CLIC PORTUGAL
(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ XII ]
«EPISÓDIOS DE BASTIDORES NO "PALÁCIO DA AJUDA"»
Obviamente, foi no tempo de DOM LUÍS e DONA MARIA PIA que ficaram as maiores recordações do PALÁCIO, transformado em casa viva nesse período. Alguns episódios ficaram mesmo anotados em livros, com relevo para o relato feito por um "velho servidor do Paço", VITAL FONTES. este homem, que acabou os seus dias numa casinha da AJUDA (onde havia de ser?), cometeu a façanha de estar ao serviço do Palácio Real (depois) presidenciais, desde os últimos tempos de D. PEDRO V até ao MARECHAL CARMONA. Discreto e respeitador, foi possível, mesmo assim, a um jornalista arrancar-lhe algumas confissões.
Contava ele, por exemplo, que a rainha DONA MARIA PIA teve, a princípio alguma dificuldade se relacionar com o feitio de DOM LUÍS, sobretudo porque este até ao nascimento dos príncipes, parecia não renunciar a algumas aventuras amorosas.
Outro narrador chega mesmo a dizer que, quando amuava com o marido, a rainha se punha diante de uma vidraça que em breve estava embaciada com o bafo; aproveitava então para escrever com o dedo no vidro sempre a mesma frase: «não gosto do Luís».
Mas o gosto pela arte, entre outros factores, unia o casal. A música e a pintura constituíam gostos comuns.
Conta "VITAL FONTES" que DOM LUÍS era "um bom garfo", tendo a particularidade de fazer acompanhar as refeições com muito pão e manteiga.
Célebre ficou a antipatia que a rainha nutria pelo "DUQUE DE SALDANHA". Este, com o seu feitio intranquilo e pleno de rompantes, entrou uma vez, já noite alta, pelo PALÁCIO DA AJUDA, pretendendo falar com o REI para este depor o GOVERNO. Ouvindo barulhos estranhos, DONA MARIA PIA apareceu, de roupão, a saber o que se passava. Percebendo o insólito da situação, "chispou" de cólera e invectivou o marido: «Vossa Majestade não manda fuzilar este homem?». Foi DOM LUÍS que acalmou os ânimos, dizendo para a mulher: «Que ideia, fuzilar o Marechal SALDANHA!». Aliás. tempos depois, era SALDANHA deposto.
Como se disse, depois da morte de DOM LUÍS, ficaram no Palácio a rainha viúva e seu filho DOM AFONSO. Era este homem dotado de bom feitio e bonomia, apaixonado por desportos e pelo nascente automobilismo. de uma vez, ao entrar na AJUDA, tinha sido rendida a sentinela e esta era agora desempenhada por um soldado novato. Vendo aquele janota de chapéu "`as três pancadas", o galucho pediu-lhe: «o senhor, que deve trabalhar aqui, é que me podia avisar quando chegasse o senhor infante». "Então não o conhece?", perguntou DOM AFONSO. Ante a negativa, informou o magala: «Pois está na sua frente e seria bom deixa-lo passar». Só então o pobre soldado atentou nas feições do sujeito que entrava.
Ainda valeu, que o Infante não aparecesse, como sucedia frequentemente, com as roupas e as mãos todas sujas de óleo do carro, ao qual dispensava boa parte do seu tempo.
EM FORMA DE RESCALDO
O PALÁCIO sofreu grande susto em 1974 quando um incêndio destruiu parte da ala NORTE. Vários planos surgiram para o acabar, o mais recente dos quais será o do arquitecto GONÇALO BYRNE. Tem existido novos melhoramentos, manutenção adequada, mas o PALÁCIO ainda mantêm por finalizar o lado POENTE. [FINAL]
BIBLIOGRAFIA
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- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA - Livro IX-VEGA-1993- LISBOA.
- BELÉM Reguengo da Cidade -C.M.L. Cood. de Maria do Rosário Santos Bonnevile-Edicções AS - 1990 - LISBOA.
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- Dicionário Enciclopédico Lello Universal - Vol I- Lello & Irmão- 1976 - PORTO.
- DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE LISBOA-Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL -José Correia do Souto-Vol. I Rep. ZAIROL.LDA.-1983 - LISBOA.
- JANEIRO, Maria João - LISBOA HISTÓRIA E MEMÓRIAS- Livros Horizonte-2000-LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSE - Direcção Editorial - Leonel de Oliveira-1994-LISBOA.
- OLHARES DE PEDRA -Global Notícias Publicações, Lda. - 2004 - LISBOA.
INTERNET
ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA
CLIC PORTUGAL
LISBOA MONUMENTOS-
(PRÓXIMO)«LARGO TRINDADE COELHO [ I ]-O SÍTIO DE S. ROQUE
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