Estrada de Chelas - (1997) - Foto de António Sacchetti - (Aspecto da fábrica com o telhado em "SHED", na década de Noventa do século passado) in RESTOS DE COLECÇÃO
Estrada de Chelas - (1960) - Foto de Armando Maia Serôdio - Negativo de Gelatina e prata em acetato de celulose) - (Fábrica de Pólvora de Chelas, painel de azulejos no interior do antigo CONVENTO DE CHELAS) in AML
Estrada de Chelas - (1922) - (Oficina de Cartuxame - In Exposição Internacional do Rio de Janeiro, Secção Portuguesa, Livro d´Ouro e Catálogo Oficial) in RESTOS DE COLECÇÃO
Estrada de Chelas - (Século XXI) Foto de autor não identificado - ("ARQUIVO GERAL DO EXÉRCITO" instalado no velho "CONVENTO DE CHELAS") in EXÉRCITO
Estrada de Chelas - ( 1922 ) - (O grande motor "KRUPP" que fazia parte da Central geradora da Fábrica) in RESTOS DE COLECÇÃO
(CONTINUAÇÃO) - ESTRADA DE CHELAS [ IX ]
«A FÁBRICA DE PÓLVORA DE CHELAS ( 2 ) »
Os edifícios construídos prendiam-se com funções ligadas à secretaria, aos depósitos e laboratórios, ao motor e à fabricação da pólvora propriamente dita. Assim as oficinas instituídas inicialmente para a produção da nitroglicerina, da pólvora e da junção destas duas substancias, organizaram-se em: Oficinas do primeiro grupo, onde se preparava o algodão, nitrava-se, desfiava-se, lavava-se, enxugava-se e desidratava-se. Eram construídas em alvenaria, formando cinco casas contíguas. Existindo mais cinco oficinas para preparação da pólvora sem fumo.
A produção desta fábrica abastecia munições para as armas portáteis do exército português como, por exemplo, as espingardas 8 mm K ou as carabinas de 6,5 mm. Após 1904, com o desenvolvimento do armamento, houve a necessidade de alargar gradualmente as instalações e de a equipar com novas maquinaria, de modo a responder ao volume das encomendas. Mas, foi durante a "I GUERRA MUNDIAL" que a fábrica se firmou no municiamento de pólvora de artilharia e cartuchos de espingarda, metralhadora e pistola, para o exército português.
Em 1911, a fábrica de CHELAS tinha uma capacidade de produção de 30 toneladas em nitroglicerina e 40 de nitrocelulose. Em relação aos cartuchos, atingia-se o número de 60 mil por dia. Do conjunto das diversas infra-estruturas, subsiste um magnifico edifício de telhado em "SHED" e de colunas em ferro, inserido no que resta de verdejantes "VALE DE CHELAS", lembrando tempos idos, numa simbiose entre a oficina e a natureza, a hera começa a cobrir o edifício.
A casa da máquina é feita de alvenaria, sendo o seu interior revestido a estuque e com lambris de azulejo. A cobertura é em madeira, sustentada por vigas de ferro.
A máquina "KRUPP", da central termoeléctrica de 1922, simboliza a importância que esta fábrica representou para a produção de pólvora, pois foi necessário recorrer a um motor muito potente para fornecer energia-eléctrica a todas as oficinas. Trata-se de um momento de viragem em termos energéticos, quando ainda a distribuição de electricidade não alcançara todo o território da cidade de LISBOA. Acompanhava-se assim a evolução que LISBOA vinha sentindo com a inauguração da "CENTRAL TEJO em (BELÉM), desde 1911.
Entre os finais da década de vinte e a de cinquenta, a FÁBRICA DE CHELAS continuou as duas linhas essenciais de fabrico, acentuando-se a produção de munições para infantaria. Neste ponto de vista, era "uma unidade tecnicamente completa" (FILIPE THEMUDO BARATA) ( 1 ) - (Curiosamente encontrei (na vida militar) um "MAJOR" com o nome de "THEMUDO BARATA" -muito dedicado ao desporto - isto em 1957/1958, no REGIMENTO DE ARTILHARIA FIXA- RAAF, em QUELUZ).
A "FÁBRICA DE PÓLVORA DE CHELAS" passou a chamar-se "FÁBRICA NACIONAL DE MUNIÇÕES DE ARMAS LIGEIRAS"-FNMAL. Teve grande desenvolvimento durante a II GUERRA MUNDIAL, em colaboração com a "FÁBRICA DE MATERIAL DE GUERRA DE BRAÇO DE PRATA". Foi durante o decorrer dos anos 50, que as instalações das munições das armas ligeiras se transferiram para MOSCAVIDE. Todavia o sector químico manteve-se no mesmo espaço até final da sua laboração, apesar do crescimento urbano de CHELAS.
Actualmente, o velho "CONVENTO DE CHELAS" mantém-se ainda sob a tutela do "MINISTÉRIO DO EXÉRCITO", que neste instalou o seu "ARQUIVO GERAL DO EXÉRCITO". [ FINAL ]
- ( 1 ) - BARATA, Filipe Themudo, "Industria Militar Nacional Como e Para Quê?" In Nação e Defesa, pp. 110-116.
BIBLIOGRAFIA
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- CAMINHO DO ORIENTE-GUIA HISTÓRICO - I e II de José Sarmento de Matos -Jorge Ferreira Paulo-Ed. Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE - GUIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL - de Deolinda Folgado - Jorge Custódio - Ed. Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.
- CARVALHO, Maria João Lopo de - MARQUESA DE ALORNA - Ed. Oficina do Livro - 2011 - LISBOA.
- DELGADO, Ralph - A Antiga Freguesia dos OLIVAIS - C.M.L. - 1969 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO - KOOGAN LAROUSSE SELEÇÕES - Ed. Selecções -1981 - LISBOA.
- MÁRIO, Furtado - Do Antigo Sítio de Xabregas - Colecção Memórias de Lisboa - 1997 - LISBOA.
- HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - A. J. SARAIVA - ÓSCAR LOPES - Ed. 17.ª - PORTO EDITORA - 1996 - PORTO.
- LISBOA, um passeio a Oriente - José Sarmento de Matos - Ed. Parque Expo´98. SA. e Metropolitano de Lisboa- 1993 - LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção A.E.Martins Zuquete - Editorial Enciclopédia - 1960 - LISBOA .
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