Calçada da Cruz da Pedra - (Inicio do século XX) Fotografo não identificado (Baluarte de Santa Apolónia guarita do ângulo do flanco direito e da face direita da frente) in DISPERSOS -VOL.I-1968-Pág. 164-A.
(CONTINUAÇÃO)
CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA
«BALUARTE OU FORTE DE SANTA APOLÓNIA (1)»
Sabendo-se que desde 1373-75 a muralha defensiva de Lisboa chamada de «CERCA FERNANDINA», passados alguns séculos mesmo sem estar envolvida em guerras, não oferecia segurança à população achando-se esta, portanto, desguarnecida.
Com o domínio Filipino em Portugal no ano de 1625, receando-se um possível ataque a Lisboa por parte dos Ingleses, para auxiliar o Prior do Crato, ou algum ataque de pirataria argelinos, ainda com a circunstancia de Espanha andar em disputas com outras nações, foram tomadas providências de ser feito alguma coisa, nomeadamente uma trincheira na parte da beira-mar.
Seguiu-se o período da Restauração de Portugal em 1640, e consequentemente nasceu o receio de um inevitável ataque a Lisboa por parte da Espanha, que abalaria decididamente a nossa independência.
Foi novamente abordado a necessidade de organizar a defesa da capital portuguesa. Os dinheiros públicos não abundavam e não foi iniciada qualquer obra de raiz, mas foi reforçada e melhorada a Cerca Fernandina para satisfazer as necessidades de momento.
«Em 1650 faz-se uma nova vistoria aos muros e fortes da cerca» (1).
Pelo arquitecto João Nunes Tinoco é levantada uma planta da cidade, (a qual representa a planta de Lisboa mais antiga que se conhece) para se estudar as antigas fortificações existentes e suas possíveis reparações, tendo sido apresentado na altura a reparação na cerca e a construção de uma trincheira ao longo da margem do rio Tejo.
«Estas linhas de defesa, mandadas construir por decreto de 11 de Março de 1652» (2), era constituída, na banda da terra, por baluartes de alvenaria, ligados por entrincheiramentos de terra ou cortina de alvenaria, com ameias ou plataformas para canhões, conforme circunstâncias locais.
Iniciava em Alcântara e terminava no sítio da Cruz da Pedra, onde se construiu, mais tarde, dois fortes; o da «CRUZ DA PEDRA» e o de «SANTA APOLÓNIA» ao norte do mesmo, em pleno campo.
(1) - Elementos, etc. por E. Freire de Oliveira, Tomo V, pág. 200
(2) - Decreto do príncipe D. Teodósio - Elementos, etc. Tomo V pág. 342.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA [XII] - BALUARTE OU FORTE DE SANTA APOLÓNIA (2)»
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