Rua do Açúcar - (2013) Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira (A antiga Casa Nobre da "QUINTINHA" na "Rua do Açúcar", que no século XIX pertencia à "Quinta de Marvila" dos "Marqueses de Marialva", que nessa altura tinha frente para o RIO) in ARQUIVO/APS
Rua do Açúcar - (2013) (Varandim anexo ao primeiro piso da Casa Nobre dos "Marialvas" na "Rua do Açúcar") in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) (Um troço da "Rua da Açúcar" no lado direito as casas da "QUINTINHA", que foram propriedade dos "Marqueses de Marialva") in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) - (Aspecto da casa e seu varandim corrido, que no século XIX era utilizado para contemplar o bom panorama sobre o RIO que dali se desfrutava) in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) (Entrada para o "Pátio da Quintinha" era uma das propriedades que faziam parte da grande "Quinta de Marvila" dos "Marqueses de Marialva" in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO AÇÚCAR [ XVII ]
«A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA ( 2 )»
A «QUINTA DE MARVILA» dos «MARQUESES DE MARIALVA» até ao final do segundo quartel do século XIX. Em linha recta da "Rua do Açúcar" até à "Rua de Marvila" seguindo perpendicular à "Rua Capitão Leitão", atravessando a via-férrea, tudo na parte Norte. Nesta "Rua de Marvila" os "Marialvas" tinham o seu Palácio (que acabaram por abandonar). Seguindo para Sul, depois de passar a "Azinhaga dos Alfinetes", vamos ali encontrar o "Pátio do Marialva". Descendo obliquamente para Sul em direcção à "Rua do Açúcar" finaliza na propriedade chamada "Quintinha", de que lhes vamos falar.
A «QUINTINHA» era uma das várias propriedades foreiras da «GRANDE QUINTA DE MARVILA», integrada no Morgado do "ESPORÃO", ao qual pagava 3200 réis e sete galinhas de foro, segundo a escritura que fez "DONA INÁCIA DE NORONHA", viúva de "JOÃO DA COSTA", a "FRANCISCO DE TÁVORA", em 1584 ( 1 ). A propriedade esteve na maior parte do século XVII na posse da família COTRIM, sendo seu proprietário, em 1633 ( 2 ), escrivão - como seu pai "JORGE COTRIM" - dos Armazéns da Ribeira das Naus (1641) ( 3 ) de que foi capitão de infantaria dos carpinteiros (1645) ( 4 ). Sucedeu-lhe "JORGE COTRIM DE MELO", embarcado nas armadas da costa a partir de 1681. Anos depois (1687), o rei permitiu-lhe renunciar ao ofício de escrivão que herdara de seus maiores (...) "para se desempenhar das dívidas que tem" ( 5 ). Foi devido aos grandes empenhos com que se debatia que lhe foi penhorada a propriedade, pela acção movida por «JOÃO REBELO DE CAMPOS», seu credor em 2 806 944 réis, a quem foi passada carta de arrematação em 03.03.1707. "JOÃO REBELO", Corretor da Fazenda, vendeu-a em (01.10.1707) ao 2º. Marquês de Marialva, «D. PEDRO DE MENESES" que ali junto possuía a sua quinta. Pagou este 2 400 000 réis, com licença do Marquês de "FONTES", tutor do "CONDE DE VILA NOVA DE PORTIMÃO", a quem teve de pagar laudémio( A ) de quarentena. Situada junto da cerca do "Convento de S. Bento de Xabregas", é então descrita como: "(...) casas nobres, estrebarias, vários palheiros, pátio e seu poço de nora, tanque, vinha e árvores de fruto e outras pertenças que partem da banda do mar com casas do Conde de Vila Nova e da banda de terra outrossim com casas do mesmo conde e do poente com casas e quinta que foi de D. Helena de Távora e do norte com caminho que vai de onde chamam o GRILO para o Poço do Bispo e do sul com estrada que vai de Xabregas para o mesmo Poço do Bispo ( 6 ).
Tratou o Marquês de fazer obras na quinta, celebrando um contrato com um carpinteiro em (05.07.1709).
Arrendada de quando em vez, a quinta e suas casas, à imagem de toda a grande propriedade do Marquês, não evitou a progressiva degradação, a partir da segunda metade do século XVIII. No ano de 1762 - situada entre a "QUINTA DAS MURTAS" e uma propriedade do CONDE DE VILA NOVA, antes da "QUINTA DA MITRA" - foi arrendada em 120 000 réis, constituída por: "(...) casas nobres, com lojas e primeiro andar com todos os mais cómodos precisos, árvores de fruta de caroço, parreiras e horta ( 7 ). Outras vezes apenas o casco da quinta era arrendado.
Com a morte do último "MARQUÊS DE MARIALVA"(1823) passou a propriedade para a posse da "CASA DE LAFÕES". Nos anos de 1838 e 1839, sendo seu proprietário "JOÃO CÂNCIO DE MATOS", era conhecida por «QUINTINHA» ( 8 ), designação que perdura ainda no "PÁTIO DA QUINTINHA", ilha, popular ali instalada. As antigas casas nobres, apesar de transformadas nos seus interiores, mantêm grande parte da sua estrutura, devendo citar-se os revestimentos de azulejos de desenho típico dos séculos XVII e XVIII.
( 1 ) e ( 6 ) -IAN/TT,CN, C-9A, Cx. 61, Lº. 338, fls. 9v-12
( 2 ) -IAN/TT,ACA, Morgado do Esporão, mç. 194, doc. 4003.
( 3 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. João IV, Lº. 13. fl. 33
( 4 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. João IV, Lº. 19, fls. 43-44
( 5 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. Pedro II, Lº. 64, fl. 210v
( 7 ) -AHTC, DC, Olivais, Livro de Arruamentos, mç. 852
( 8 ) -AHTC, Tesouro Público, mç. 124
SIGLAS
IAN/TT-Instituto de Arquivos nacionais / Torre do Tombo
CN - Cartórios Notariais
ACA - Arquivo da Casa de Abrantes
AHTC - Arquivo Histórico do Tribunal de Contas
DC - Décima da Cidade
( A ) -Laudémio - Pensão que o foreiro paga ao senhorio directo, quando há alienação do respectivo prédio por parte do enfiteuta.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XVIII ] A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA ( 3 )».
Tratou o Marquês de fazer obras na quinta, celebrando um contrato com um carpinteiro em (05.07.1709).
Arrendada de quando em vez, a quinta e suas casas, à imagem de toda a grande propriedade do Marquês, não evitou a progressiva degradação, a partir da segunda metade do século XVIII. No ano de 1762 - situada entre a "QUINTA DAS MURTAS" e uma propriedade do CONDE DE VILA NOVA, antes da "QUINTA DA MITRA" - foi arrendada em 120 000 réis, constituída por: "(...) casas nobres, com lojas e primeiro andar com todos os mais cómodos precisos, árvores de fruta de caroço, parreiras e horta ( 7 ). Outras vezes apenas o casco da quinta era arrendado.
Com a morte do último "MARQUÊS DE MARIALVA"(1823) passou a propriedade para a posse da "CASA DE LAFÕES". Nos anos de 1838 e 1839, sendo seu proprietário "JOÃO CÂNCIO DE MATOS", era conhecida por «QUINTINHA» ( 8 ), designação que perdura ainda no "PÁTIO DA QUINTINHA", ilha, popular ali instalada. As antigas casas nobres, apesar de transformadas nos seus interiores, mantêm grande parte da sua estrutura, devendo citar-se os revestimentos de azulejos de desenho típico dos séculos XVII e XVIII.
( 1 ) e ( 6 ) -IAN/TT,CN, C-9A, Cx. 61, Lº. 338, fls. 9v-12
( 2 ) -IAN/TT,ACA, Morgado do Esporão, mç. 194, doc. 4003.
( 3 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. João IV, Lº. 13. fl. 33
( 4 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. João IV, Lº. 19, fls. 43-44
( 5 ) -IAN/TT, Chancelaria de D. Pedro II, Lº. 64, fl. 210v
( 7 ) -AHTC, DC, Olivais, Livro de Arruamentos, mç. 852
( 8 ) -AHTC, Tesouro Público, mç. 124
SIGLAS
IAN/TT-Instituto de Arquivos nacionais / Torre do Tombo
CN - Cartórios Notariais
ACA - Arquivo da Casa de Abrantes
AHTC - Arquivo Histórico do Tribunal de Contas
DC - Décima da Cidade
( A ) -Laudémio - Pensão que o foreiro paga ao senhorio directo, quando há alienação do respectivo prédio por parte do enfiteuta.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XVIII ] A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA ( 3 )».
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