Rua da Junqueira - (1950)? Foto de Horácio Novais ("Palacete da Quinta das Águias" que no século XIX foi adquirido pelo Visconde da Junqueira, abastado contratador de tabaco e sabão, e dono da "Quinta de Alorna" em Almeirim) in AFML
Rua da Junqueira - (Anos 50 do séc. XX)? Foto de autor não identificado (A entrada do "Palácio das Águias" pela "TRAVESSA DA BOA-HORA") in SKYSCRAPERCITY
Rua da Junqueira - (1924) Foto de Eduardo Portugal ("Quinta das Águias ou Palácio das Águias" uma parte do seu Jardim) in AFML
Rua da Junqueira - (2006) (Silhar de azulejos com cenas campestres do século XVIII na entrada do Palácio) in SKYSCRAPERCITY
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XVIII ]
«O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 3 )»
Com as sucessivas cedências de quotas na «SOCIEDADE AGRÍCOLA DE ALORNA», a QUINTA e a CASA vieram a pertencer à família do «DR. FAUSTO LOPO DE PATRÍCIO CARVALHO», que com o Arquitecto "VASCO REGALEIRA" empreenderam vastas obras de restauro, não só na casa como no jardim e na quinta.
A QUINTA era murada e o gradeamento que hoje a circunda foi encomendado, bem como os pavilhões dos extremos que dão para a "RUA DA JUNQUEIRA", por "JOSÉ DIAS LEITE SAMPAIO" a "FORTUNATO LODI".
Em 1876, uma grande chuvada provocou uma torrente tão impetuosa no «RIO SECO», que derrubou o gradeamento, levando-o até à parede da "CORDOARIA NACIONAL".
A casa tem a entrada principal virada a nascente e acesso pelo portão na "TRAVESSA DA BOA-HORA", apresenta dois corpos salientes em relação ao do centro, que é recuado e com telhado de telha vidrada.
O corpo central tem três vãos ladeados por colunas geminadas cujo remate central é um arco que intercepta a balaustrada, sobrepujando o conjunto a varanda do primeiro andar, com balaustrada interrompida ao centro.
Os corpos salientes têm uma porta e uma janela no primeiro andar, e as do lado direito são correspondentes à pequena capela, fundada por "JOSÉ NOGUEIRA" em 1748. No altar.mor havia um retábulo de "GUILLARD", representando a "ANUNCIAÇÃO", que foi retirado. O portal nobre é emoldurado de cantaria, com tímpanos triangulares e ladeado por janelas. O terraço, no plano superior, tem balaustrada interrompida ao centro por arco de volta batida. Para ele abrem cinco janelas-portas de arco abatido.
A fachada Sul, que dá para o jardim e para a "RUA DA JUNQUEIRA", é sobranceira a uma esplanada guarnecida de balaustradas onde havia quatro estátuas de mármore recentemente transferidas para a "QUINTA DE ALORNA".
O conjunto está dividido em três corpos, sendo o central recuado em relação aos dos extremos, que têm janela de peitoril no andar térreo e de sacada no 1º andar. No corpo central tem ainda arcaria de sete vãos com pilares de cantaria de secção piramidal a sustentar o varandim do primeiro andar. Cinco janelas-portas no andar superior e duas janelas e duas portas no andar térreo completam o conjunto.
A fachada poente é idêntica à do nascente. Exteriormente, na fachada da frente, vê-se um silhar de azulejos de figuras avulsa, como outros existentes nas salas e na cozinha. O jardim à francesa, mal conservado, tem tanques e bancos revestidos lateralmente de azulejos com figuras de meninos.
O "Palácio e a Quinta" pertencem hoje a um fundo do BES e encontra-se para venda.
O jardim possuía alguma flora rara está inventariada não podendo por isso, ser destruída. Mas a incúria dos homens e a erosão natural do tempo tem-se encarregado de contrariar esse impedimento legal.
O lugar possui uma decoração rica em azulejos tanto no jardim como no PALÁCIO, onde infelizmente, muitos azulejos têm vindo a ser saqueados.
Segundo nos relata no seu blogue LISBOA S.O.S., diz que só em (2006), foram furtados do interior da propriedade cerca de 930 azulejos do século XVIII. Tendo a Capela sido vandalizada e furtada a talha dourada que decorava o altar.
Este é mais um imóvel na "RUA DA JUNQUEIRA" que parece votado ao abandono, como acontece também com o "PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE", que vão "morrendo" lentamente nesta LISBOA de bizarrice. Mas a situação parece não incomodar muito boa gente.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XIX ] O FORTE DE SÃO JOÃO DA JUNQUEIRA»
4 comentários:
É uma pena que estes palácios estejam ao abandono, mas na verdade, não se vê forma de inverter esta situação, e agora ainda mais com a crise que vai perdurar, sabe-se lá quanto tempo.
Caro Manuel Tomaz
É efectivamente uma pena, mas na realidade é o país que temos!
Bom fim de semana.
Um abraço
APS
Olá! Eu sou estudante de arquitectura, e estou a elaborar um projecto no Palácio das Águias. Já recolhi alguma informação, mas toda a ajuda é bem vinda, se me puder referir alguma bibliografia usada para os artigos sobre o Palácio eu agradecia.
Felicito também o blogue, pelos artigos escritos, e por realçarem estas arquitecturas que estão há muito esquecidas.
Obrigado,
Marta Gonçalves
Cara Marta Gonçalves
Embora esta publicação já não seja recente (início da publicação 10.08.2013) e a sua preparação ainda mais antiga, no entanto não é má vontade da minha parte... e por isso lhe vou dar algumas dicas, além de no último capitulo da RUA DA JUNQUEIRA [XXVI ], ter elaborado uma bibliografia.
O "Palácio e Quinta das Águias" compreende 3 capítulos publicados em (02.10.2013-05.10.2013 e 09.19.2013). Na parte de História foi consultado o "DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE LISBOA" pág. 486 e 487 -ISBN:972-96030-0-6; "Peregrinações em Lisboa" de Norberto de Araújo Volume IX pág. 57-58; o Blogue de LISBOA-S.O.S. que nos documenta o palácio numa reportagem fotográfica e alguns comentários da NET, além de outros apontamentos que na altura recolhi.
Talvez se procurar no IGESPAR/Património; C.M.L. ou SIPA. Sistemas de informação para o Património Arquitectónico, poderá eventualmente encontrar alguns elementos de que precisa.
Espero ter contribuído um pouco, para a sua realização.
Cumprimentos
APS
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