Rua do Grilo - (2005) Foto de APS (Fachada do edifício da "MANUTENÇÃO MILITAR" na "Rua do Grilo" no local onde existiu o "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS") in ARQUIVO/APS
Rua do Grilo (1987) - (Planta Aerofotogramétrica das instalações da "Manutenção Militar" na "Rua do Grilo". O tracejado a Norte na linha ferroviária, corresponde ao túnel de passagem para o resto das instalações fabris) in CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
Rua do Grilo - (2007) (Uma vista das instalações da "MANUTENÇÃO MILITAR" na "RUA DO GRILO" e antigo espaço do "CONVENTO DAS GRILAS") in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ X ]
«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 1 )»
No antigo Convento das freiras ermitas descalças "GRILAS" da Ordem de "SANTO AGOSTINHO" (na "RUA DO GRILO) fundado por "D. LUÍSA DE GUSMÃO", após a morte da última religiosa em Maio de 1888, por decisão governamental, foi instalada a «MANUTENÇÃO MILITAR».
Este estabelecimento do Exército sucedera à antiga "PADARIA MILITAR", fundada em 1861 e cuja sede estava localizada no "ATERRO", próximo à "ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS".
A ideia que esteve por detrás da construção de um dos mais importantes estabelecimentos militares foi "a tentativa de fabricação e fornecimento de pão ao exército por administração directa".
Os avanços da tecnologia da moagem e do fabrico de bolachas não se compadeciam dos sistemas e práticas que outrora se faziam em PORTUGAL. Os fornos do "VALE DE ZEBRO" na margem esquerda do TEJO (próximo de Palhais-Barreiro), importantes no seu tempo, estavam ultrapassados. O crescimento das forças militares e do serviço militar obrigatório (nessa altura), exigia a criação de autenticas fábricas para o abastecimento das tropas.
As obras de construção dos edifícios para o fabrico de pão começaram em 1889, e prolongaram-se até início do século XX, com um orçamento de Seiscentos e trinta contos de réis. No final a «MANUTENÇÃO MILITAR» abarcava 38 edifícios às diversas especialidades da moagem de farinhas ao fabrico de pão e bolachas.
Em 11 de Junho de 1897 é aprovado o PLANO DE ORGANIZAÇÃO da "MANUTENÇÃO MILITAR" por decreto do rei "D. CARLOS".
O Capitão de Engenharia "JOAQUIM RENATO BAPTISTA" foi encarregado de proceder aos vários estudos, dirigir os trabalhos para a instalação dos vários serviços da "MANUTENÇÃO MILITAR" e escolher os melhores equipamentos para as várias fábricas e oficinas.
O PLANO da "MANUTENÇÃO MILITAR", só foi possível ser concretizado devido ao zelo do antigo director da "PADARIA MILITAR", major "CARLOS HONÓRIO DE FARIA", que conseguiu, com a sue gerência, a dotação de importantes verbas.
O primeiro Regulamento da "MANUTENÇÃO MILITAR" data de 1907, e aí se especifica "que é um estabelecimento com sede em LISBOA (RUA DO GRILO-BEATO), com sucursais e depósitos noutros pontos do país, destinado à preparação de viveres ao Exército e a outras instituições oficiais".
De acordo com o referido Decreto de 11 de Junho de 1897, o principal objectivo da "MANUTENÇÃO MILITAR" residia na fabricação de farinhas, pão e outros produtos alimentares, para abastecer o Exército, a Armada e os vários corpos e estabelecimentos dependentes dos MINISTÉRIOS DO REINO - (JUSTIÇA, GUERRA e MARINHA), bem como fornecer forragens aos solípedes do Exército. Outras funções foram-lhe ainda atribuídas, como o dever de fornecer as padarias municipais as farinhas necessárias para o fabrico de pão e o abastecer directamente a público em geral, em época de crise.
Esta nova industria alimentar ficava dependente do "MINISTÉRIO DA GUERRA" e subordinada à "DIRECÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MILITAR".
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XI ] A MANUTENÇÃO MILITAR (2)»
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