Rua do Grilo - (2005) Foto de APS (Portão que dá acesso ao "Palácio dos Duques de Lafões" e ao seu jardim, este virado para a "CALÇADA DO DUQUE DE LAFÕES") in ARQUIVO/APS
Rua do Grilo - (2013) - (O "Palácio dos Duques de Lafões" a parte térrea onde deveria finalizar a construção inicialmente proposta no século XVIII. À direita podemos ver a "Calçada Duques de Lafões") in GOOGLE EARTH
Rua do Grilo - ( 2007 ) - ("Palácio dos Duques de Lafões" fachada posterior e jardim) in IGESPAR
Rua do Grilo - (2007) - ("Palácio dos Duques de Lafões" vistas das fachadas lateral Poente e principal Sul, sobre a "Rua do Grilo") in IGESPAR
Rua do Grilo - (1999) Foto de António Sacchetti (Um interior da sala do andar nobre com pinturas oitocentistas do "Palácio dos Duques de Lafões) in CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Grilo - (Finais do séc. XVIII) ("D. João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva, 2º Duque de Lafões -1719-1806) in WIKIPÉDIA
(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XIX ]
«O PALÁCIO DOS DUQUES DE LAFÕES OU PALÁCIO DO GRILO (3)»
O «2º DUQUE DE LAFÕES "D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA SOUSA LIGNE TAVARES MASCARENHAS DA SILVA"», nasceu em LISBOA a 06.03.1719 e faleceu a 10.11.1806, irmão do anterior "DUQUE". Foi também 4º MARQUÊS DE ARRONCHES e 8º CONDE DE "MIRANDA DO CORVO", 32º senhor da CASA DE SOUSA e de todas as comendas, senhorios, alcaidarias, capelas e mais bens da coroa e próprias da grande CASA que herdou de seu irmão. Antes do falecimento deste, teve por Carta de "D. JOÃO V" de 1738, as honras de "MARQUÊS" e o tratamento de sobrinho de El-Rei.
Foi uma das personalidades mais notáveis e fascinantes do seu tempo. Estudou com seu irmão "HUMANIDADES" e "FILOSOFIA" ingressou depois na "UNIVERSIDADE DE COIMBRA" para estudar "DIREITO CANÓNICO", como porcionista ( 1 ) no COLÉGIO DE S. PAULO. Desejava o rei "D. JOÃO V" a sua carreira eclesiástica para o qual o ilustre senhor não tinha vocação.
Amante da vida da Corte, homem de grande craveira intelectual, carácter dinâmico e mundano, apaixonado pelas ARTES, LETRAS, LINGUÍSTICA, DESPORTO e VIAGENS, teve vida atribulada repleta de peripécias.
Com a subida ao trono de "D. JOSÉ" e início do férreo absolutismo de "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO", não conseguiu "D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA" alhear-se do embate entre a alta nobreza e o duro e autoritário ministro. Caiu no desagrado do monarca e quando seu irmão, o "1º DUQUE DE LAFÕES" faleceu, o rei terá mesmo recusado a deixá-lo entrar na posse da CASA E DUCADO DE LAFÕES, recusando-se a renovar nele o título. Em face desta atitude do soberano e das tragédias em que POMBAL semeara a vida das primeiras famílias do Reino, pediu "D. JOÃO CARLOS", licença para se ausentar, o que lhe foi concedido.
Contribuíram para o seu afastamento da Corte alguns nobres, ciosos dos seus pergaminhos de classe, viram com maus olhos a ascensão a altos cargos de um indivíduo de obscuro ou duvidoso nascimento quando não até meros burgueses. A indignação gerada à volta do poderoso Ministro de "D. JOSÉ", acumulou o ódio de aristocratas mais poderosos que intentaram uma conjura para o derrubar. O libelo presente ao rei, denunciava de concussionário "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO". Este, porém, soube defender-se perante o monarca,e uma onda de prisões pôs termo à conspiração. Entre os fidalgos, encontrava-se o "DUQUE DE LAFÕES", que teve de exilar-se.
Cerca de vinte anos andou o "2º DUQUE DE LAFÕES" por outros reinos, mas, homem irrequieto, não se abalando com a sua condição de expatriado. Aliás, ele fará parte da plêiade de vultos lusitanos que, por razões óbvias, deambularam pela EUROPA, numa época de grandes mutações económicas, políticas, sociais e culturais, e assim beberam novas ideias e conceitos, importando-as de algum modo para a sua pátria. Continuando a viajar (e não voltar à PÁTRIA, onde POMBAL ainda mantinha o seu regime de terror). Percorre quase toda a EUROPA, foi até ao ORIENTE ao EGIPTO a as províncias do IMPÉRIO ROMANO. Mais tarde viajou no NORTE DA EUROPA, visitando a PRUSSIA a POLÓNIA e os países escandinavos, levando o seu percurso nestes últimos até à LAPÓNIA.
Entre os homens notáveis do tempo com cuja amizade se honrou figurar, está o IMPERADOR JOSÉ II, da ÁUSTRIA, que muitos anos depois ainda com ele se correspondia.
Com a queda de POMBAL após a morte de D JOSÉ, foi para ele razão de regresso ao Reino em 1779. A nova soberana D. MARIA I(1734-1816) concedeu-lhe então o título de 2º DUQUE DE LAFÕES, que seu pai o rei D. José lhe recusara aquando da morte de seu irmão, bem como todas as comendas e rendimentos em atraso, nomeando-o CONSELHEIRO DE GUERRA.
Conhecia o DUQUE, de boa reputação, o abade JOSÉ CORREIA DA SERRA, que vivia em ROMA ao tempo da sua estada na CORTE DE NÁPOLES. Quando veio para LISBOA hospedou-se no seu palácio, e dessa intimidade intelectual e científica nasceu a ideia a de fundar a ACADEMIA DAS CIÊNCIAS a exemplo de outras similares da EUROPA. Assim, com a necessária aprovação régia, é fundada em 1779, a ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS, cujo objectivo era o incremento de todos os ramos do saber - CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA e LITERATURA. Foi seu primeiro secretário o abade CORREIA DA SERRA, que redigiu os estatutos, e presidente vitalício o próprio DUQUE DE LAFÕES.
Este 2º DUQUE DE LAFÕES foi estadista e homem público, e aos 82 anos era ainda GENERAL-MARECHAL COMANDANTE DO EXÉRCITO PORTUGUÊS.
Casou com D. HENRIQUETA MARIA JÚLIA DE LORENA E MENESES, filha dos MARQUESES DE MARIALVA, a qual lhe sobreviveu. Deste casamento existiu um filho varão, que foi o 1º DUQUE DE MIRANDA DO CORVO que faleceu criança, e duas filhas. D. ANA MARIA, que lhe sucedeu, e D. MARIA DOMINGAS, que pelo casamento foi DUQUESA DO CADAVAL.
D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA, instalou-se na parte antiga do PALÁCIO DO GRILO. O fundador da ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS, prosseguiu, através de várias campanhas em datas desconhecidas, as obras iniciadas pelo irmão.
- ( 1 ) - PORCIONISTA - Aluno que num estabelecimento educativo paga a sua educação ou sustento.
(CONTINUA) - (PRÓXIMA)« RUA DO GRILO [XX]-O PALÁCIO DOS DUQUES DE LAFÕES OU PALÁCIO DO GRILO (4)».
(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XIX ]
«O PALÁCIO DOS DUQUES DE LAFÕES OU PALÁCIO DO GRILO (3)»
O «2º DUQUE DE LAFÕES "D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA SOUSA LIGNE TAVARES MASCARENHAS DA SILVA"», nasceu em LISBOA a 06.03.1719 e faleceu a 10.11.1806, irmão do anterior "DUQUE". Foi também 4º MARQUÊS DE ARRONCHES e 8º CONDE DE "MIRANDA DO CORVO", 32º senhor da CASA DE SOUSA e de todas as comendas, senhorios, alcaidarias, capelas e mais bens da coroa e próprias da grande CASA que herdou de seu irmão. Antes do falecimento deste, teve por Carta de "D. JOÃO V" de 1738, as honras de "MARQUÊS" e o tratamento de sobrinho de El-Rei.
Foi uma das personalidades mais notáveis e fascinantes do seu tempo. Estudou com seu irmão "HUMANIDADES" e "FILOSOFIA" ingressou depois na "UNIVERSIDADE DE COIMBRA" para estudar "DIREITO CANÓNICO", como porcionista ( 1 ) no COLÉGIO DE S. PAULO. Desejava o rei "D. JOÃO V" a sua carreira eclesiástica para o qual o ilustre senhor não tinha vocação.
Amante da vida da Corte, homem de grande craveira intelectual, carácter dinâmico e mundano, apaixonado pelas ARTES, LETRAS, LINGUÍSTICA, DESPORTO e VIAGENS, teve vida atribulada repleta de peripécias.
Com a subida ao trono de "D. JOSÉ" e início do férreo absolutismo de "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO", não conseguiu "D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA" alhear-se do embate entre a alta nobreza e o duro e autoritário ministro. Caiu no desagrado do monarca e quando seu irmão, o "1º DUQUE DE LAFÕES" faleceu, o rei terá mesmo recusado a deixá-lo entrar na posse da CASA E DUCADO DE LAFÕES, recusando-se a renovar nele o título. Em face desta atitude do soberano e das tragédias em que POMBAL semeara a vida das primeiras famílias do Reino, pediu "D. JOÃO CARLOS", licença para se ausentar, o que lhe foi concedido.
Contribuíram para o seu afastamento da Corte alguns nobres, ciosos dos seus pergaminhos de classe, viram com maus olhos a ascensão a altos cargos de um indivíduo de obscuro ou duvidoso nascimento quando não até meros burgueses. A indignação gerada à volta do poderoso Ministro de "D. JOSÉ", acumulou o ódio de aristocratas mais poderosos que intentaram uma conjura para o derrubar. O libelo presente ao rei, denunciava de concussionário "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO". Este, porém, soube defender-se perante o monarca,e uma onda de prisões pôs termo à conspiração. Entre os fidalgos, encontrava-se o "DUQUE DE LAFÕES", que teve de exilar-se.
Cerca de vinte anos andou o "2º DUQUE DE LAFÕES" por outros reinos, mas, homem irrequieto, não se abalando com a sua condição de expatriado. Aliás, ele fará parte da plêiade de vultos lusitanos que, por razões óbvias, deambularam pela EUROPA, numa época de grandes mutações económicas, políticas, sociais e culturais, e assim beberam novas ideias e conceitos, importando-as de algum modo para a sua pátria. Continuando a viajar (e não voltar à PÁTRIA, onde POMBAL ainda mantinha o seu regime de terror). Percorre quase toda a EUROPA, foi até ao ORIENTE ao EGIPTO a as províncias do IMPÉRIO ROMANO. Mais tarde viajou no NORTE DA EUROPA, visitando a PRUSSIA a POLÓNIA e os países escandinavos, levando o seu percurso nestes últimos até à LAPÓNIA.
Entre os homens notáveis do tempo com cuja amizade se honrou figurar, está o IMPERADOR JOSÉ II, da ÁUSTRIA, que muitos anos depois ainda com ele se correspondia.
Com a queda de POMBAL após a morte de D JOSÉ, foi para ele razão de regresso ao Reino em 1779. A nova soberana D. MARIA I(1734-1816) concedeu-lhe então o título de 2º DUQUE DE LAFÕES, que seu pai o rei D. José lhe recusara aquando da morte de seu irmão, bem como todas as comendas e rendimentos em atraso, nomeando-o CONSELHEIRO DE GUERRA.
Conhecia o DUQUE, de boa reputação, o abade JOSÉ CORREIA DA SERRA, que vivia em ROMA ao tempo da sua estada na CORTE DE NÁPOLES. Quando veio para LISBOA hospedou-se no seu palácio, e dessa intimidade intelectual e científica nasceu a ideia a de fundar a ACADEMIA DAS CIÊNCIAS a exemplo de outras similares da EUROPA. Assim, com a necessária aprovação régia, é fundada em 1779, a ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS, cujo objectivo era o incremento de todos os ramos do saber - CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA e LITERATURA. Foi seu primeiro secretário o abade CORREIA DA SERRA, que redigiu os estatutos, e presidente vitalício o próprio DUQUE DE LAFÕES.
Este 2º DUQUE DE LAFÕES foi estadista e homem público, e aos 82 anos era ainda GENERAL-MARECHAL COMANDANTE DO EXÉRCITO PORTUGUÊS.
Casou com D. HENRIQUETA MARIA JÚLIA DE LORENA E MENESES, filha dos MARQUESES DE MARIALVA, a qual lhe sobreviveu. Deste casamento existiu um filho varão, que foi o 1º DUQUE DE MIRANDA DO CORVO que faleceu criança, e duas filhas. D. ANA MARIA, que lhe sucedeu, e D. MARIA DOMINGAS, que pelo casamento foi DUQUESA DO CADAVAL.
D. JOÃO CARLOS DE BRAGANÇA, instalou-se na parte antiga do PALÁCIO DO GRILO. O fundador da ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS, prosseguiu, através de várias campanhas em datas desconhecidas, as obras iniciadas pelo irmão.
- ( 1 ) - PORCIONISTA - Aluno que num estabelecimento educativo paga a sua educação ou sustento.
(CONTINUA) - (PRÓXIMA)« RUA DO GRILO [XX]-O PALÁCIO DOS DUQUES DE LAFÕES OU PALÁCIO DO GRILO (4)».
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