quarta-feira, 26 de março de 2014

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS- 2º SÉRIE [ III ]

RUA ADELAIDE FÉLIX 
 Rua Adelaide Félix - (2013) (A "RUA ADELAIDE FÉLIX" na freguesia de "CARNIDE" na antiga "QUINTA DOS CONDES DE CARNIDE" in GOOGLE EARTH
 Rua Adelaide Félix - (2007) (Panorama da abtiga "Quinta dos Condes de Carnide" onde foi inserida a Urbanização e dado o topónimo da jornalista) in GOOGLE EARTH
 Rua Adelaide Félix - (2013) (Um troço da "Rua Adelaide Félix" na freguesia de Carnide) in GOOGLE EARTH
 Rua Adelaide Félix - (1973) - (Artigo publicado na revista "CRÓNICA FEMININA" quando ensinava Inglês e Alemão, logo que atingiu a sua reforma) in  LEIRIA
 Rua Adelina Félix - (1914) Foto de Novães (Grupo de alunos do 4º ano (período transitório) da FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LETRAS DE LISBOA, publicado na Revista "O OCIDENTE") in  LEIRIA
Rua Adelaide Félix - (Uma publicação de Adelaide Félix - "ROTEIROS DE VIAGENS FEITAS, NO MAR TORMENTOSO DAS LETRAS, POR GENTE DE LEIRIA E SEU TERMO")   in  LEIRIA

(CONTINUAÇÃO - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]

«A RUA ADELAIDE FÉLIX»

A «RUA ADELAIDE FÉLIX» pertence à freguesia de "CARNIDE" que não sofreu alteração pela "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA". Tem o seu inicio na "RUA GUIOMAR TORRESÃO",  e não tem saída. Pelo Edital de 31 de Janeiro de 1978, foi dado ao antigo impasse 5, da "QUINTA DOS CONDES DE CARNIDE" e corresponde à execução do "Plano de Urbanização "UNOR 36"), o topónimo "RUA ADELAIDE FÉLIX". Como particular interesse, todas as artérias desta urbanização da "Quinta dos Condes de Carnide" são as primeiras da cidade a deter uma toponímia  essencialmente feminina.
Tempos houve - e não vão muito distantes - em que uma presença feminina no exercício de certas profissões, era caso para foguetes e falatório.
Mesmo quando a mulher começou, muito por força das necessidades criadas pela REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, a ser, admitida no mundo do trabalho, fazia-se uma nítida distinção entre os "misteres" que lhe podiam ser confiados e os trabalhos considerados mais complexos, reservados, claro está aos homens.
O jornalismo, por exemplo, era tarefa essencialmente masculina. Quem hoje vê uma redacção cheia de gente nova, recentemente saída dos cursos de "Comunicação Social", e onde geralmente imperam as raparigas, não perceberá facilmente que há sessenta e poucos anos, a presença de uma repórter numa redacção fosse caso singular. Mas aconteceu...
A escritora "ADELAIDE DA PIEDADE CARVALHO FÉLIX" natural de SANTARÉM, nasceu no ano de 1886 e veio a falecer em LISBOA em 1971.
Foi professora, formada em FILOLOGIA GERMÂNICA pela UNIVERSIDADE DE LISBOA, e estagiou na ALEMANHA, país que visitava regularmente, distingue-se ainda como docente nos liceus RODRIGO LOBO (LEIRIA), CAROLINA DE MICHAELIS (PORTO), MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO e D. FILIPA DE LENCASTRE em LISBOA. 
Após muitos anos dedicados ao ensino, como professora de Inglês e Alemão, "ADELAIDE FÉLIX atingiu a sua reforma bem cedo ainda, para se dedicar inteiramente às letras. Citemos SHAKESPEARE e o OTELO ensaio há muito esgotado, foi a sua primeira obra publicada (in Crónica Feminina 1973).
Publicou também o seu primeiro romance "HORA DO INSTINTO" no ano de 1919 e , em 1924 uma colectânea de contos "MIRAGENS TORVAS". 
Mais conhecida como escritora e professora, ADELAIDE FÉLIX, trabalhou activamente em jornais, embora não chegasse a ser portadora de carteira profissional. Deixou numerosos escritos no antigo diário católico "NOVIDADES", no "DIÁRIO DE LUANDA", no "CORREIO DA NOITE" (BRASIL) e em várias revistas como, ACÇÃO e RENASCENÇA, durante vários anos presidiu ao CENÁCULO LITERÁRIO e foi membro correspondente da "REAL ACADEMIA GALEGA" e da "SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA". 
Fica muito bem, por isso, nesta galeria de gente que passou pelos jornais, e tem hoje o seu nome numa RUA DE LISBOA.
COMO CURIOSIDADE
Diga-se, porém, que não foi LISBOA, a primeira cidade, a ter a ideia de lhe atribuir um topónimo. A cidade de LEIRIA, onde aquela mulher de letras foi professora e efectuou numerosos trabalhos, consagrou-lhe uma RUA ainda em vida (prática que, como se sabe, é interdita na toponímia lisboeta).
Em 1946 o "DIÁRIO DE LISBOA" publicou uma informação que dizia: «No LICEU DE D. FILIPA DE LENCASTRE", realiza-se no próximo dia 29 pelas 21 e 30, uma Sessão de homenagem à memória de "AFONSO LOPES VIEIRA", em que é conferente a professora daquele liceu e escritora "ADELAIDE FÉLIX"».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS[ IV ]-RUA AFONSO LOPES VIEIRA»

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