Rua da Escola Politécnica - (Século XX) Foto de Autor não identificado - (A "IMPRENSA NACIONAL" a funcionar na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA") in MONTE OLIVETE
Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de Filipe Jorge - (A "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" no sítio da "COTOVIA", em primeiro plano o JARDIM DO PRÍNCIPE REAL") in LISBOA VISTA DO CÉU
Rua da Escola Politécnica - (1915-05) Foto de Artur Leitão Bárcia (Antigo "PALÁCIO DOS SOARES DE NORONHAS". Em 1895 o palácio é demolido para no mesmo lugar se erguer as instalações para a "IMPRENSA NACIONAL") (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Escola Politécnica - (Post. a 1903) Foto de Joshua Benoliel . (O Edifício da "IMPRENSA NACIONAL" ainda em construção no antigo lugar do Palácio dos Soares Noronhas) ( Abre em tamanho grande) in AML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXV]
«A IMPRENSA NACIONAL ( 2 )»
Para dar início à laboração da "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", foi adquirida a oficina tipográfica de "MIGUEL MANESCAL DA COSTA" e alugado o "PALÁCIO DE D. FERNANDO SOARES DE NORONHA", à «COTOVIA», na então "RUA DIREITA DA FÁBRICA DAS SEDAS", quase defronte do "COLÉGIO DOS NOBRES" (depois ESCOLA POLITÉCNICA).
A "IMPRESSÃO RÉGIA", foi, nos termos referidos em Alvará "(...) unida à fábrica que até agora esteve a cargo da Junta do Comércio, fundada em 1732, por JEAN DE VILLENEUVE, francês que viria para PORTUGAL chamado por D. JOÃO V para ensinar a sua arte. Foi-lhe cometida a «continuação do ensino dos aprendizes da mesma fábrica de letras, para que não faltem no reino os professores desta utilissima arte, continuando como até agora está disposto». Para "abridor de estampas conhecidamente perito" que (...) terá a obrigação de abrir todas as que forem necessárias para a impressão, e se lhes pagarão pelo seu justo valor: e demais ensinará continuadamente os aprendizes (...)".
Foi nomeado JOAQUIM CARNEIRO DA SILVA (mais tarde, de 1802 a 1815, este lugar será ocupado pelo célebre gravador "FRANCISCO BARTOLLOZI"). Em Julho de 1769, foi incorporada na "IMPRESSÃO RÉGIA" a "FÁBRICA DE CARTAS DE JOGAR E PAPELÃO", sob a direcção de "LOURENÇO SOLÉSIO", cujo monopólio de fabrico e venda de cartas de jogar no "reino e conquistas" foi um dos seus principais rendimentos até 1832, quando da sua extinção.
A "IMPRENSA RÉGIA", depois da JUNTA DO COMÉRCIO, funcionou na dependência da "JUNTA DE ADMINISTRAÇÃO DAS FÁBRICAS DO REINO E OBRAS DE ÁGUAS LIVRES" (1778), da REAL MESA DA COMISSÃO GERAL SOBRE EXAMES DE CENSURA DOS LIVROS (1788) e, finalmente, do presidente do REAL ERÁRIO (1794).
A designação de IMPRENSA NACIONAL resulta do nome dado em 1820 à "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", por deliberação das CORTES CONSTITUINTES, utilizando-se este novo nome até 1823, vindo a ser retomado desde 1833 até ao presente século. Actualmente constitui o sector da produção gráfica da EMPRESA PÚBLICA denominada "IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA".
A partir de 1838, sob a direcção de "JOSÉ PEREIRA MARECOS" a IMPRENSA NACIONAL conheceu uma série de progressos que viriam a colocá-la entre os melhores estabelecimentos congéneres europeus, vindo desde a segunda metade do século XIX a obter distinções com a sua participação em exposições internacionais.
Em 6 de Outubro de 1910 é escolhida para a sua direcção " LUÍS DÉROUET", a primeira nomeação feita pelo GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA. A ele se deve a organização da BIBLIOTECA - SALA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA - que foi inaugurada em 1923, tal como se pode ainda hoje ver. A sua carreira veio a terminar em 1 de Novembro de 1927, ao ser assassinado à porta do estabelecimento a que tanto se dedicou.
Com o plano de reapetrechamento posterior à REPÚBLICA, teve a IMPRENSA NACIONAL a sua primeira máquina de compor em 1912. Também até meados do século XX fez-se a integração de algumas tipografias do ESTADO neste estabelecimento. O actual edifício da "IMPRENSA NACIONAL", ou o conjunto de edifícios interligados, foi construído na área ocupada pelo antigo SOLAR DOS SOARES E NORONHAS.
O edifício, que ocupa uma maior área que o antigo SOLAR, pela sua fachada principal reflecte uma sobriedade adequada à administração e funcionalidade de um estabelecimento fabril, numa linguagem arquitectónica sem ornamentos, onde mesmo a entrada principal apresenta dimensões reduzidas e sem o menor esboço de sumptuosidade ou monumentalidade, construído o que na sua época foi considerado um edifício frio e feio. [ FINAL ].
BIBLIOGRAFIA
- ARAÚJO, Norberto . Peregrinações em Lisboa - Livros II e XI - Ed. Vega-1992/3-LISBOA.
- ARMORIAL LUSITANO -Editora Enciclopédia, Lda. - 1961 - LISBOA.
- AS FREGUESIAS DE LISBOA - Augusto Vieira da Silva- Pub. Culturais da C.M.L.-1943-LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-Sob a DIRECÇÃO DE FILIPE FOLQUE: 1856-1858- Pub. da CML - 2000.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO KOOGAN LAROUSSE - 3º Volume-Selecções-1981-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO-BERTRAND-1983-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - A SÉTIMA COLINA -Liv. HORIZONTE-1994 - LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - Monte Olivete Minha Aldeia - Liv. Horizonte- 2001 - LISBOA.
- JORGE, FILIPE (Coordenação) - LISBOA VISTA DO CÉU - Argumentum - 1994 - LISBOA.
INTERNET
JUNTA DE FREGUESIA DE SANTO ANTÓNIO
MONUMENTOS
WIKIPÉDIA
A "IMPRESSÃO RÉGIA", foi, nos termos referidos em Alvará "(...) unida à fábrica que até agora esteve a cargo da Junta do Comércio, fundada em 1732, por JEAN DE VILLENEUVE, francês que viria para PORTUGAL chamado por D. JOÃO V para ensinar a sua arte. Foi-lhe cometida a «continuação do ensino dos aprendizes da mesma fábrica de letras, para que não faltem no reino os professores desta utilissima arte, continuando como até agora está disposto». Para "abridor de estampas conhecidamente perito" que (...) terá a obrigação de abrir todas as que forem necessárias para a impressão, e se lhes pagarão pelo seu justo valor: e demais ensinará continuadamente os aprendizes (...)".
Foi nomeado JOAQUIM CARNEIRO DA SILVA (mais tarde, de 1802 a 1815, este lugar será ocupado pelo célebre gravador "FRANCISCO BARTOLLOZI"). Em Julho de 1769, foi incorporada na "IMPRESSÃO RÉGIA" a "FÁBRICA DE CARTAS DE JOGAR E PAPELÃO", sob a direcção de "LOURENÇO SOLÉSIO", cujo monopólio de fabrico e venda de cartas de jogar no "reino e conquistas" foi um dos seus principais rendimentos até 1832, quando da sua extinção.
A "IMPRENSA RÉGIA", depois da JUNTA DO COMÉRCIO, funcionou na dependência da "JUNTA DE ADMINISTRAÇÃO DAS FÁBRICAS DO REINO E OBRAS DE ÁGUAS LIVRES" (1778), da REAL MESA DA COMISSÃO GERAL SOBRE EXAMES DE CENSURA DOS LIVROS (1788) e, finalmente, do presidente do REAL ERÁRIO (1794).
A designação de IMPRENSA NACIONAL resulta do nome dado em 1820 à "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", por deliberação das CORTES CONSTITUINTES, utilizando-se este novo nome até 1823, vindo a ser retomado desde 1833 até ao presente século. Actualmente constitui o sector da produção gráfica da EMPRESA PÚBLICA denominada "IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA".
A partir de 1838, sob a direcção de "JOSÉ PEREIRA MARECOS" a IMPRENSA NACIONAL conheceu uma série de progressos que viriam a colocá-la entre os melhores estabelecimentos congéneres europeus, vindo desde a segunda metade do século XIX a obter distinções com a sua participação em exposições internacionais.
Em 6 de Outubro de 1910 é escolhida para a sua direcção " LUÍS DÉROUET", a primeira nomeação feita pelo GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA. A ele se deve a organização da BIBLIOTECA - SALA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA - que foi inaugurada em 1923, tal como se pode ainda hoje ver. A sua carreira veio a terminar em 1 de Novembro de 1927, ao ser assassinado à porta do estabelecimento a que tanto se dedicou.
Com o plano de reapetrechamento posterior à REPÚBLICA, teve a IMPRENSA NACIONAL a sua primeira máquina de compor em 1912. Também até meados do século XX fez-se a integração de algumas tipografias do ESTADO neste estabelecimento. O actual edifício da "IMPRENSA NACIONAL", ou o conjunto de edifícios interligados, foi construído na área ocupada pelo antigo SOLAR DOS SOARES E NORONHAS.
O edifício, que ocupa uma maior área que o antigo SOLAR, pela sua fachada principal reflecte uma sobriedade adequada à administração e funcionalidade de um estabelecimento fabril, numa linguagem arquitectónica sem ornamentos, onde mesmo a entrada principal apresenta dimensões reduzidas e sem o menor esboço de sumptuosidade ou monumentalidade, construído o que na sua época foi considerado um edifício frio e feio. [ FINAL ].
BIBLIOGRAFIA
- ARAÚJO, Norberto . Peregrinações em Lisboa - Livros II e XI - Ed. Vega-1992/3-LISBOA.
- ARMORIAL LUSITANO -Editora Enciclopédia, Lda. - 1961 - LISBOA.
- AS FREGUESIAS DE LISBOA - Augusto Vieira da Silva- Pub. Culturais da C.M.L.-1943-LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-Sob a DIRECÇÃO DE FILIPE FOLQUE: 1856-1858- Pub. da CML - 2000.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO KOOGAN LAROUSSE - 3º Volume-Selecções-1981-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO-BERTRAND-1983-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - A SÉTIMA COLINA -Liv. HORIZONTE-1994 - LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - Monte Olivete Minha Aldeia - Liv. Horizonte- 2001 - LISBOA.
- JORGE, FILIPE (Coordenação) - LISBOA VISTA DO CÉU - Argumentum - 1994 - LISBOA.
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