Gente de Lisboa - (1840) Litografia colorida PALHARES - (Saloia Lavadeira com sua trouxa à cabeça e de saia bastante garrida - Colecção PALHARES) in LISBOA - REVISTA MUNICIPAL Nº 22 de 1987.
Gente de Lisboa - ( 1828 ) - Litografia colorida rep. fotográfica - (Saloios regressando de LISBOA) in O POVO DE LISBOA - CML
Gentes de Lisboa - (Século XIX - Gravador J. NOVAIS) - (SALOIO vendedor de leite e queijos) in LISBOA de ALFREDO MESQUITA
Gente de Lisboa - ( Século XIX - Gravador J. Novais) - (PADEIRA e LAVADEIRA SALOIA, a cavalo em direcção a LISBOA) in LISBOA DE ALFREDO MESQUITA
Gente de Lisboa - (1898) Desenho de Alberto Souza - (A LAVADEIRA de CANEÇAS com sua trouxa à cabeça, vestia saia, blusa e lenço na cabeça, calçando meia bota de carneira, sobre a saia um avental e no braço um pequeno saco) in ALFACINHAS OS LISBOETAS DO PASSADO E DO PRESENTE.
Gente de Lisboa - (1907-12) - Foto de Joshua Banoliel - (SALOIOS na "Praça do Comércio" ) (Abre em tamanho grande) in AML
Gente de Lisboa - (antes de 1930) Desenho de CALDERON DINIS em Fevereiro de 1982) (A SALOIA LAVADEIRA da roupa que vinha na galera da MALVEIRA para LISBOA in TIPOS E FACTOS DE LISBOA NO MEU TEMPO
(CONTINUAÇÃO) - GENTE DE LISBOA [ III ]
«OS SALOIOS ( 1 )»
«OS SALOIOS»
Entende-se a designação de «SALOIOS» aos habitantes dos arredores de LISBOA numa área que se aproxima com o antigo termo da cidade.
Ainda que a palavra SALOIO e muitos dos costumes e modos de vida desta população, leva-nos a pensar existir uma relação próxima entre ela e a população Mourisca fixada por DOM AFONSO HENRIQUES nos arredores da cidade recém conquistada, o seu perfil físico - são geralmente bem construídos, altos ou de altura média, muitas vezes de tez clara e rosada - indica que não é certamente, esta a sua única , nem sequer, talvez, a sua principal origem.
Além de prováveis influencias nórdicas, é possível que parte da população fixada a que se referem as crónicas antigas, fossem, por sua vez, descendentes da população aqui residente quando da conquista árabe e que, tendo-se assimilado ao invasor, foi por estes tolerada, como se verificou em tantos outros casos.
O «SALOIO» tem sido, desde sempre, essencialmente, camponês. Dedica-se, principalmente, à horticultura que cultiva com esmero em viçosas "almoinhas" ( 1 ), com "Noras" ( 2 ) e seus poços de arquitectura e tradição mediterrânica.
O seu cultivo estendia-se a árvores de fruto, oliveiras e também a vinha.
Era criador de gado, dedicando-se, principalmente, ao tratamento de cabras e vacas leiteiras.
O «SALOIO» que, com o crescimento de LISBOA, vai sendo por ela absorvido, foi no passado, o principal suporte do abastecimento da sua população, fornecendo-lhe toda a espécie de géneros alimentícios que, com a actual facilidade dos meios de transporte, permitem que venham de outros pontos do país ou mesmo do estrangeiro.
Eram eles que abasteciam os mercados de LISBOA de hortaliças, legumes e frutas; produzia parte do vinho consumido na Capital, tendo ganho muita fama o "Vinho do Termo" ( 3 ) ; fornecia o leite que transportava de casa em casa, em grandes bilhas de folha, muitas vezes mugido na presença das freguesas; com o leite traziam os apreciados queijinhos saloios, fornecidos frescos, todas as manhãs. Boa parte do pão consumido em LISBOA era também amassado na região saloia.
- ( 1 ) - ALMOINHA ou ALMUINHA - (do Árabe almunia), s. f. (ant.) horta, quintal, pequena quinta suburbana.
- ( 2 ) - NORA - Engenho para tirar água dos poços, ribeiras ou rios.
- ( 3 ) - VINHO DO TERMO - Ganhou muita fama, era oriundo de Odivelas e das vinhas dos Olivais.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«GENTE DE LISBOA [ IV ] OS SALOIOS ( 2 )».
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