sábado, 11 de junho de 2016

GENTE DE LISBOA [ IV ]

«OS SALOIOS ( 2 )»
 Gente de Lisboa - (Meados do século XIX) Gravura colorida - (Saloia Lavadeira com seu traje bem pitoresco -Colecção Espagne of Portugal) in  LISBOA REVISTA MUNICIPAL nº. 22 -1987)
Gente de Lisboa - (Século XIX) Gravador J. Novais - ( PADEIRO SALOIOS trazendo o seu pão para LISBOA)  in  LISBOA DE ALFREDO MESQUITA 
 Gente de Lisboa - (1814) Água-tinta colorida de H. L'ÈVEQUE -Rep fotográfica - Camponesa dos arredores de LISBOA, chamada SALOIA, com seu trajes guerridos) in O POVO DE LISBOA - CML

 Gente de Lisboa - (Século XIX) Desenho de autor não identificado - (Uma SALOIA mercadora de frutas e outra vendedora de pão)  in  LISBOA - REVISTA MUNICIPAL  Nº. 22 - 1987
 Gente de Lisboa - (1925) - Desenho de Alberto Sousa - (Comerciantes SALOIOS numa Praça da Cidade de Lisboa)  in  ALFACINHAS
 Gente de Lisboa - ( Século XIX) - Gravador J. NOVAIS - Casal de MOLEIROS dos arredores de LISBOA)  in   LISBOA DE ALFREDO MESQUITA 
Gente de Lisboa - (1913) - Foto de Joshua Benoliel - (SALOIOS no "LARGO DO MUSEU DE ARTILHARIA", próximo da Estação de Santa Apolónia) (Abre em tamanho Grande)  in   AML 


CONTINUAÇÃO) - GENTE DE LISBOA [ IV ]

«OS SALOIOS  ( 2 )»

Assim, as SALOIAS eram ainda a maior parte das lavadeiras de LISBOA. E era entre as saudáveis mulheres SALOIAS que se recrutavam as amas de leite dos filhos dos burgueses da CAPITAL.
Pelas suas qualidades de trabalho e honestidade nos negócios foi sempre uma população conceituada, ainda que, pela sua extrema simplicidade, nem sempre isenta duma certa «esperteza saloia», se tornasse objecto frequente de troça alfacinha.

Constituía um tipo bem caracterizado, entre a restante população que percorria diariamente as RUAS DE LISBOA, pelo seu modo de vida, aspecto saudável, costumes simples e trajos garridos. As SALOIAS, retratadas em numerosas estampas do século XIX, algumas delas coloridas, envergavam saia e blusa, combinando cores contrastantes, geralmente, blusa vermelha e saia azul, por baixo da qual vestiam uma segunda saia de cor berrante. Sobre a blusa, um apertado colete a amparar o amplo seio.
Calçava bota alta de carneira e, na cabeça, trazia um gracioso carapuço de veludo azul escuro ou negro, com virola de pano ou carneira que colocava sobre o lenço garrido. E quase sempre. É quase sempre representado junto do inseparável burrico que montava, sentando-se de lado, empoleirando-se sobre as cangalhas e os alforjes a abarrotarem de pão, hortaliça ou roupa.

As SALOIAS foram, como as VARINAS, as figuras femininas que cruzavam as RUAS DE LISBOA que mais impressionaram os artistas, estas pelo seu garbo e elegância.
Os "SALOIOS", por sua vez, usavam calça curta e estreita, abotoada ao lado e, por baixo, uns calções brancos que desciam cerca de um palmo abaixo delas. Sobre a camisa, uma jaqueta curta e, na cabeça, um carapuço ponte-aguda semelhante ao dos campinos, ou um chapéu largo.

As "SALOIAS" lavadeiras, cuja distância não lhes permitia regressar a casa no mesmo dia às suas aldeias, pernoitavam em estalagens, espécie de "CASA DA MALTA", onde dormiam conjuntamente com os animais que as transportavam.
Eram bem conhecidas algumas destas hospedarias como a "ESTALAGEM DOS CAMILOS", na RUA NOSSA SENHORA DO AMPARO; outras situavam-se no POÇO DOS MOUROS; POIAIS DE S. BENTO, ou nas proximidades do "LARGO DO RATO"


(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«GENTE DE LISBOA [ V ] -AS VARINAS ( 1 )» 

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