sábado, 19 de novembro de 2016

LARGO DE ANDALUZ [ II ]

«O LARGO DE ANDALUZ ( 2 )»
 Largo de Andaluz - (2014) - ( O local onde está instalado o "CHAFARIZ DE ANDALUZ" com a sua frente virada para a "RUA DE SANTA MARTA")  in   GOOGLE EARTH
 Largo de Andaluz - (2008) - Foto de autor não identificado - (Lápide do espaldar do "CHAFARIZ DE ANDALUZ", com as armas de PORTUGAL e de LISBOA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   WIKIPÉDIA
 Largo de Andaluz - (1984) -Foto de autor não identificado - (O aspecto do "CHAFARIZ DE ANDALUZ", sendo um dos mais antigos de LISBOA, remontando ao século XIV)  in  LISBOA-REVISTA MUNICIPAL Nº.7
 Largo de Andaluz - (1959) Foto de Armando Seródio - ( O "ARCO DE ANDALUZ" que serve de VIADUTO à "AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO" -já com o viaduto do Metro- ligando o "LARGO DE ANDALUZ" à "RUA DE SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA")  in    AML 
Largo de Andaluz - (1939) Foto de Eduardo Portugal - ( O "CHAFARIZ DE ANDALUZ" nesta altura ainda agarrado a um prédio e muito mal tratado)   in     AML 

(CONTINUAÇÃO) - LARGO DE ANDALUZ [ II ]

«O LARGO DE ANDALUZ ( 2 )»

A sua arquitectura infraestrutural, vernácula, de CHAFARIZ urbano, com espaldar simples rectangular e rematando em friso e cornija, com uma bica que verte para um tanque de pequenas dimensões, de bordo boleado, demonstrando que servia de bebedouro aos animais. No espaldar, surgem as ARMAS NACIONAIS e as MUNICIPAIS.

A construção do chafariz e aproveitamento da sua água ronda o ano de 1336, vindo de um poço na QUINTA da "RUA DE SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA, no número 141, a qual pertencia  a "DONA MARIA GERTRUDES, viúva do  ex-MINISTRO DO BAIRRO DE ANDALUZ  "JOÃO ANTÓNIO MAYER".

Em 1522, o Doutor LUÍS TEIXEIRA, e sua mulher "DONA FILIPA MENDES, senhoria útil desta QUINTA, propuseram  uma acção ao SENADO pela falta que lhes fazia a água daquele poço.  DONA FILIPA casa em segundas núpcias com FERNANDO MARTINS, Desembargador do Paço, pedindo trezentos mil réis pela concessão da água pelo tempo de três vidas.   No ano de 1766 as FREIRAS DO CONVENTO DE SANTA JOANA, apresentavam ao SENADO, que tinham grande falta de água, e que tinham notícia de que um tal FRANCISCO GARCIA LIMA, então possuidor da dita QUINTA, colocara uma nora naquele poço para regar a sua horta, e esta era a razão da falta que sentiam.
Na mesma ocasião apareceu outro requerimento das mesmas FREIRAS, pedindo se lhes mandassem dar os sobejos desta BICA, e a terça parte da água pura, alegando haver no CONVENTO mais de 500 pessoas, e se bem que clausuradas, se julgavam com igual direito aos demais habitantes; se contudo os não pudesse haver gratuitos, estavam prontas a fazer aforamento. Este requerimento teve por Despacho no dito dia 28 de Julho de 1766.

No dia 4 de Abril de 1769, mas com data deste dia existe uma ordem do SENADO, que diz assim: "O Vereador do Pelouro das obras, com todos os seus subalternos passe à CALÇADA DE SÃO SEBASTIÃO, e QUINTA de FRANCISCO GARCIA LIMA, e nela faça demolir o engenho de nora, e pilares que assenta no poço de que a água há muitos anos é própria do público e não de particular, por Escritura que se celebrou com este SENADO, no Arquivo do qual se acha".
O SENADO era de opinião favorável aos pedidos das FREIRAS, e cuja consulta baixou resolvida em 20 do mesmo mês, mandando dar-lhe a água e sobejos sem ónus, ou pensão alguma. As FREIRAS lavraram uma ESCRITURA de posse com data de 1 de Junho do referido ano de 1769.
Do exposto se conclui; que na CERCA das ditas FREIRAS existem dois tanques, e canos muito antigos por onde se encaminhavam os sobejos; que elas já anteriormente recebiam, por que se queixaram da sua falta e, finalmente, propunham até fazer deles aforamento; e por isso oferece dúvida, ficara suspenso, embora o caso se possa explicar a seguir.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DE ANDALUZ[ III ]O LARGO DE ANDALUZ ( 3 )».


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