quarta-feira, 5 de abril de 2017

RUA DA PALMA [ XXI ]

«O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»
 Rua da Palma - (2016) - (Panorâmica do "MARTIM MONIZ" local onde funcionou o "TEATRO ÁDÓQUE" de 1974 a 1982, paralelo à RUA DA PALMA)  in  GOOGLE EARTH 
 Rua da Palma - (1974) - (A primeira Revista "PIDES NA GRELHA" representada no "TEATRO ÁDÓQUE")   in   HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
 
 Rua da Palma - (1974) - (Publicação do anúncio da primeira revista apresentada no "TEATRO ÁDÓQUE" em 1974 com "PIDES NA GRELHA")  in REVOLUÇÃO PARAÍSO
 Rua da Palma - (1977) - (FRANCISCO NICHOLSON", actor e autor de várias revistas apresentadas no "TEATRO ÁDÓQUE" era, sem dúvida, o pilar mais forte da "Companhia")  in JORNAL ÁDOQUE 
 Rua da Palma - (1977) - (É o próprio autor que o afirma: O Calinas existe! No programa de apresentação da Revista "Ó CALINAS CALA A BOCA! Representada no "TEATRO ÁDÓQUE" na "RUA DA PALMA")   in   JORNAL ÁDÓQUE
Rua da Palma - ( 2016 ) - ( A "RUA DA PALMA" no sentido para Sul, na "PRAÇA MARTIM MONIZ" e lateralmente com o "CCMM-Centro Comercial Martim Moniz". Sendo neste espaço aproximadamente, que esteve instalado o "TEATRO ÁDÓQUE" até 1982)   in  GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XXI ]

«O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»

Nos terrenos entre a "RUA DO ARCO DA GRAÇA" e a "RUA DA PALMA", no espaço frente à "PRAÇA MARTIM MONIZ", onde  hoje existe RUA e EDÍFICIOS novos, depois do 25 de Abril de 1974, nessa área existiu o "TEATRO ÁDÓQUE" uma "COOPERATIVA DE TRABALHADORES DE TEATRO", sendo os seus impulsionadores: FRANCISCO NICHOLSON e HENRIQUE VIANA, que representando o espírito revolucionário, ali permaneceram de 1974 até 1982.

O "TEATRO ÁDÓQUE", um teatro desmontável, iniciou-se neste espaço com a Revista "PIDES NA GRELHA". Eram seus autores NICHOLSON, GONÇALVES PRETO e MÁRIO ALBERTO na parte do texto, "JOAQUIM LUÍS GOMES" e "BRAGA SANTOS" na parte musical. A interpretação reunia os nomes de; CÉU GUERRA, HENRIQUETA MAYA, RUI MENDES e NICHOLSON. Com este elenco se iniciou um novo ciclo revisteiro, que iria acompanhar de perto a evolução do complexo e por vezes agitado, processo de transformação democrática da Sociedade Portuguesa. E, dentro deste espírito, outras revistas foram aparecendo.
Quanto à Revista do "TEATRO ÁDÓQUE", de título "PIDES NA GRELHA" (1974), traduzia mais uma aspiração do que representava uma realidade. A "brandura dos nossos costumes" não tardaria a manifestar-se em favor dos que haviam sido, anos e anos, os carrascos do povo português.
Denunciando as ligações do antigo regime com o fascismo, a repressão exercida sobre o povo, e exaltando a resistência popular através de personagens e situações emblemáticas e uma constante intervenção ao nível vocabular ( por exemplo: " chamar-se ladrão a HITLER por ele usar uma cruz gamada").

Na Revista "A CIA DOS CARDEAIS" apresentada no ano de 1975, da autoria de FRANCISCO NICHOLSON, G. PRETO e MÁRIO ALBERTO, é interessante comparar este quadro, em que a personagem do guarda foi interpretada por um dos autores do texto; FRANCISCO NICHOLSON com o quadro "POLICIA PALACE" de "PAZ E UNIÃO", uma revista da "PARCERIA", estreada em 1914. Há sensivelmente 60 anos de distância, não difere substancialmente o tratamento dado pela REPÚBLICA aos seus inimigos, que tudo fazem, agora como então, para derrubar o regime democrático.
QUADRO: "O GUARDA DE ALCOENTRE". O cenário representa o exterior da prisão de ALCOENTRE. As mulheres dos PIDES, transportando cestos com presentes, fazem um grande alarido.

Com as Revistas  "A GRANDE CEGADA" (1976) e a "PARÓDIA" de (1977),  que faziam sua a alegria do povo pela liberdade reencontrada, que a prolongaram no palco num clima de festa e crítica jovial, que entre risos e canções ajudavam a construir um país novo.
Não admira, por isso, que os inimigos da LIBERDADE, já que não podiam amordaçar de novo a REVISTA, tenham procurado corrompe-la e a entregar ao serviço dos seus tristes interesses, levá-la a fazer o jogo da oposição. O que, lamentavelmente, em alguns casos conseguiram. 
Exemplo notável de fidelidade incondicional ao 25 de Abril e ao seu espírito revolucionário, foi o do "TEATRO ÁDÓQUE", que até 1982 apresentou treze espectáculos de revista (além de uma comédia musical, livremente inspirada na "LISISTRATA" de ARISTOFANES", e algumas peças infantis), apoiados numa equipa que quase não conheceu variações.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXII ] O TEATRO ÁDÓQUE ( 2 )» 

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