domingo, 30 de março de 2008

PRAÇA DE SÃO PAULO [ III ]

Praça de São Paulo - (2002) Foto Andres Lejona ( Chafariz e Igreja) in AFML
Praça de São Paulo - (1965) Foto Armando Serôdio in AFML
Praça de São Paulo - (194--) Foto Fernando Martinez Pozart (Chafariz de São Paulo) in AFML
Praça de São Paulo - (Início do século XX) Fotógrafo não identificado (O "Americano" circulando na Rua de S. Paulo) in AFML
Praça de São Paulo - (1907) Foto Joshua Benoliel (Chafariz de São Paulo) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa



O INICIO DA FREGUESIA DE SÃO PAULO
A Freguesia foi formada a partir da desanexação de parte da freguesia dos Mártires e de parte de Santos-o-Novo, a freguesia de São Paulo adquiria o seu estatuto entre 1566 e 1568 por carta régia do Cardeal D. Henrique.
O seu desenho apresenta mais homogeneidade e regularidade que a zona central de Lisboa desta época, e aqui se fixa uma população ligada às actividades marítimas; inicialmente pescadores e depois uma burguesia com interesses no comércio de longa distância.
O sítio de São Paulo é sempre referido, na literatura de viagens nos séculos XVII e XVIII, como morada preferida dos comerciantes estrangeiros estabelecidos em Lisboa.

Nas vizinhanças do Largo de São Paulo foi instalada, entre 1649 e 1720,a Junta da Companhia Geral do Comércio do Brasil, extinta, nesta última data, por D. João V (em 1670, D. Pedro II mandou edificar os novos estaleiros da Junta, no local que se estendia desde as cocheiras, que se encontravam em frente da Igreja de S. Paulo, até ao Baluarte da porta do Pó), assim como a nova Casa da Moeda que transitou da Calcetaria, vindo ocupar o local da Junta em 1720.


O CHAFARIZ
Desde 1774, que se previa neste local a colocação de um chafariz.
Os pedidos foram constantes na primeira metade do século XIX até que, em 1848, se resolveram definitivamente aí instalar um.
O projecto do novo chafariz é da autoria do Arquitecto Malaquias Ferreira Leal, que utilizou como base o de 1774, introduzindo-lhe algumas alterações, mas com o cuidado de construir um chafariz que se integrasse no conjunto da Praça, e conseguiu-o, deixando ali o pequeno monumento, resultando no final, quatro tanques rematados por um obelisco, por sua vez encimado por uma esfera armilar.
A água começou ali a correr em 27 de Outubro de 1849. No entanto (como foi dito) os planos já vinham desde o tempo do Marquês de Pombal, afeiçoado ao sítio por ali ter umas casas suas (a toponímia conserva ainda a Travessa do Carvalho e Rua Nova do Carvalho, por exemplo).
Só cerca de cem anos depois, o melhoramento surgiu.
A título de curiosidade, diga-se que a bica que se encontra do lado da frontaria da Igreja, estava reservada à gente do mar.

(CONTINUA) (Próximo «OS BANHOS DE SÃO PAULO»)

2 comentários:

Madalena Girão disse...

Gostaria de saber quais as fontes de informação que utilizou acerca da história da Praça de São Paulo, com a maior urgência possível.

Agradecida

APS disse...

Cara Madalena Girão
As fontes de informação são várias e dão muito trabalho a pesquisar, além de não gostar de trabalhar pressionado. (poderia ter escrito:"com a urgência que lhe for possível", ficava melhor).
Mesmo assim vou indicar algumas.
Este trabalho da "PRAÇA DE SÃO PAULO" foi publicado no ano 2008 em 4 capítulos, com elementos que fui adquirindo ao longo de 40 anos e mais estes livros (que de momento me lembro) consultados.
FREGUESIAS DE LISBOA de Augusto Vieira da Silva - Publicações Culturais da CML-1943-pág. 52; DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994-Lisboa pág. 815 e 816; PEREGRINAÇÕES EM LISBOA de Norberto de Araújo - Livro III - Ed. VEGA -2ª Ed. 1993-Lisboa- (Capitulo VI -RIBEIRA NOVA E SÃO PAULO) pág.59 a 63; LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO de José-Augusto França - 3ª Ed. Bertrand Ed.- 1987 - Lisboa - Pág 187 e 189.
Espero que esta informação seja aquela que pretende.
Cumpts.
APS