quarta-feira, 18 de agosto de 2010

RUA DAS FLORES [ II ]

Rua das Flores - (2008) Foto de APS (Parte Norte da Rua das Flores, vendo-se à direita a vedação que protege a rampa da saída de viaturas do Parque Subterrâneo da Praça Luís de Camões) in ARQUIVO/APS
Rua das Flores - (2009) Foto de Manuel António Delgado Nevado ( Uma vista da Rua das Flores com o TEJO ao fundo) in PANORAMIO

Rua das Flores - (2008) - Foto de APS (Rua das Flores junto ao Largo Barão de Quintela) in ARQUIVO/APS


Rua das Flores, 113 a 119 - (196_) Foto de João H. Goulart (Rua das Flores no seu final junto à Praça Luís de Camões) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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RUA DAS FLORES [ II ]
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«A RUA DAS FLORES (2)»

Diz-nos o mestre olisipógrafo «A.VIEIRA DA SILVA» no seu livro «AS MURALHAS DA RIBEIRA DE LISBOA», que em 1502 o nosso rei «D. MANUEL I» começou por fazer doação do chão e salgado da praia de «CATA-QUE-FARÁS» a vários particulares, para neles poderem construir casas. Já anteriormente existia aí uma rua, que corresponde sensivelmente à actual «RUA DO LARGO DO CORPO SANTO», e que primeiramente se chamou «RUA DE CATA-QUE-FARÁS» (1), ou «RUA DIREITA DE CATA-QUE-FARÁS» (2), mais tarde «RUA DIREITA DE SÃO PAULO», para o «CORPO SANTO» (3), ou segundo o Tombo de 1755: «RUA DIREITA DO CORPO SANTO» (4).
Esta rua tinha no seu lado Sul, no início do século XVI, um parapeito ou parede em que batia o mar (5).
No início do século XVI foram-se definindo as ruas abertas no novo aterro, para poente do «LARGO DO CORPO SANTO»; a denominação de «CATA-QUE-FARÁS» aparece em 1755 apenas como nome de uma CALÇADA (6). Depois do Terramoto foi dado o mesmo nome à Travessa em escadaria que vai da «RUA DO ALECRIM» para a «RUA DAS FLORES». Esta última recordação desapareceu em 1866 (7), pela troca do nome da Travessa de «CATA-QUE-FARÁS» em «TRAVESSA DO ALECRIM» (8).
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Existiu na «RUA DAS FLORES» em 1942 num quarto alugado, uma exposição improvisada, local que serviu de atelier a alguns ex-alunos da Escola de Arte Decorativa ANTÓNIO ARROIO, quase todos recentemente inscritos na «ESCOLA DE BELAS-ARTES DE LISBOA». Entre os participantes encontrava-se «FERNANDO AZEVEDO», «JÚLIO POMAR», «MARCELINO VESPEIRA», «JOSÉ MARIA GOMES PEREIRA» (este último foi depois arquitecto e abandonou a pintura).
Esta era a primeira exposição publica dos artistas da terceira geração moderna na modesta «RUA DAS FLORES» nos anos da II Guerra Mundial. O acontecimento atraiu algumas figuras que frequentavam «A BRASILEIRA», como «ALMADA NEGREIROS», «ANTÓNIO DACOSTA» e «JOÃO COUTO».
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O «PARQUE DE ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO NA PRAÇA LUÍS DE CAMÕES» de cinco pisos, com entrada de viaturas pela «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES» fazendo-se a sua saída pela «RUA DAS FLORES» que lhe retira metade do seu espaço, no topo desta rua.

(1) - Estremadura, livro II, fl. 134 V, ano 1501 - Estatística de Lisboa, 1522 ms. da Biblioteca Nacional de Lisboa, B-11-10, fl. 102V.

(2) - Chancelaria de D. João III, livro LXV, fl. 95, ano 1556 - Sumario, etc. por C. Rodrigues de Oliveira, Ed. de 1755, pag. 19.

(3) - Corografia Portuguesa etc., pelo Pª. A. Carvalho da Costa, Tomo III, 1712, pág. 235.

(4) - Bairro dos Remolares, 1755, fl. 37.

(5) - Estremadura, Livro II, fl. 95V, ano 1501 - idem, livro I, fl. 151V, ano 1501 - idem fl. 134 e Chancelaria de D. Manuel livro IV, fl. 29, ano 1501.

(6) - Bairro dos Remolares, 1755, fl. 80.

(7) - Edital da Câmara, de 31 de Dezembro de 1885.

(8) - Para ocidente de CATA-QUE-FARÁS pode ver-se na «A RIBEIRA DE LISBOA» de J. Castilho, 1893. Livro IV, e também uma monografia sobre os Remolares, por Gomes de Brito, 1899. Ai se estuda o aparecimento da denominação REMOLARES, a sua substituição por CATA-QUE-FARÁS, o sítio a que foi dada, e algumas Ruas do bairro conhecido pela mesma designação.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DAS FLORES [ III ] - O LARGO DOS STEPHENS E O BECO DOS APÓSTOLOS»


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