Rua do Açúcar - (anterior a 1998) (Fachada da "Quinta das MURTAS" na "Rua do Beato" início da "Rua do Açúcar". Reparem que nesta ocasião ainda tinha os carris dos eléctricos para o "Poço do Bispo" in CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Açúcar - (depois 1998) - (Fachada da "Quinta das Murtas" vendo-se em primeiro plano o portão de acesso à rampa do pátio) in CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Açúcar - (2013) - (Portão que dá acesso ao "Pátio da Quintinha" considerado uma das ilhas de habitação operária, na antiga "Quinta das Murtas") in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira (Um armazém na "Rua do Açúcar" no lado nascente in ARQUIVO/APS
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO AÇÚCAR [ V ]
« A QUINTA DAS MURTAS»
A «QUINTA DAS MURTAS» indicada no "MAPA DOS FOROS DE MARVILA" representa o número 20.
A informação mais antiga referente a esta propriedade remonta ao primeiro quartel do século XVII, sendo então seus possuidores o secretário «JOÃO LOPES SERRÃO» e sua mulher, «D. JULIANA DE SEMEDO». No ano de 1628 venderam a quinta - que estava foreira a «FRANCISCO DE VASCONCELOS», "CONDE DE FIGUEIRÓ" ( 1 ) - por seis mil réis e dez galinhas, ao "1º CONDE DE PALMA", "D. ANTÓNIO DE MASCARENHAS", sobrinho do seu homónimo da "QUINTA DO GRILO".
Por morte do CONDE coube a quinta em partilhas (18.07.1636) a sua mulher, "D. MARIA DE TÁVORA", que a vendeu pouco depois a "D. ANTÓNIO DE CASTRO", Tesoureiro-mor da "SÉ DE LISBOA", por oitenta mil cruzados. Na escritura de venda, celebrada em 1641, a propriedade é referida como "(...)uma quinta junto do Mosteiro de São Bento de Xabregas, (actual CONVENTO DO BEATO) que foi de Estevão de Alcairo, a qual parte de uma parte com muro do dito Mosteiro e de outra parte com quinta de "João Cotrim" e com estrada pública que vai para o Poço do Bispo (...) que contém em si casas nobres, celeiros, cais de pedraria, jardim, pomar e vinha, toda murada à roda" (2). Os registos paroquiais da freguesia fazem três menções a "D. ANTÓNIO DE CASTRO", neto do "CONDE DE BASTO", "D. DIOGO DE CASTRO": Quinta de "D. ANTÓNIO DE CASTRO" junto a "S. Bento"(1649) ( 3 ).
Esta "QUINTA DAS MURTAS" constitui a parcela extrema sul da grande QUINTA DE MARVILA, constituída por uma estreita faixa entre a "ESTRADA DE MARVILA" e o "Caminho Ribeirinho que vai do Beato para o Poço do Bispo" - hoje RUA DO AÇÚCAR.
É constituída de uma típica construção de quinta arrabaldina, com o seu pátio e dependências funcionais, hoje transformada em ilha popular em muito mau estado de conservação. A antiga casa nobre é bastante simples na sua orgânica, sem grandes elementos decorativos, denotando uma estrutura bastante antiga, possivelmente ainda do século XVII.
São escassas as informações sobre campanhas de obras, mas note-se a informação de aqui ter funcionado em meados do século XVIII uma fábrica de marroquinaria, na mesma altura que a quinta do "BETTENCOURT" era transformada em FÁBRICA DE AÇÚCAR, primeiros sinais de um futuro industrial que toda esta zona viria a conhecer.
AZINHAGA DOS ALFINETES
Como curiosidade, na sua origem era denominada "AZINHAGA DAS FONTES", depois, "AZINHAGA DO CAMINHO DE FERRO", começa na «RUA DE MARVILA», ao lado do Nº 131 e finda na "AZINHAGA DO FERRÃO".
O primeiro baptismo derivou da "QUINTA DAS FONTES", por ela servida; o segundo, do assentamento da linha para o Comboio; e o terceiro e actual, pela "QUINTA DOS ALFINETES", contígua à citada Quinta das Fontes, também com igual serventia.
Julgamos que o título de «ALFINETES» proveio de uma fábrica de Trefilaria instalada na fazenda, em meados do século XVIII, onde, além de arame, se fabricavam também aqueles pequenos objectos de uso diverso, bem como pregos ( 3 ).
( 1 ) - IAN/TT,CN, C-12B, Lº307, fl. 38v. -Instituto de Arquivos Nacionais/Torre do Tombo,Cartórios Notariais.
( 2 ) - Idem
( 3 ) - A Antiga Freguesia dos OLIVAIS de Ralph Delgado - 1969.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ VI ] O PALÁCIO DA MITRA ( 1 )»
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