Largo do Carmo - (Século XIX Gravura) Foto de Eduardo Portugal )Os aguadeiros do "Chafariz do Carmo", numa gravura do século XIX. Este chafariz era abastecido neste tempo pelo "Aqueduto das Águas Livres", proveniente da "Galeria do Loreto") in AFML
Largo do Carmo - (Século XIX Gravura Litografia de M. L. da Costa-Foto de José Artur Barcia) (Os aguadeiros esperam sentados no seu barril, no "Chafariz do Carmo", aguardando a sua vez. Por altura do calor a água corria com menos quantidade nas bicas, os aguadeiros desesperavam e entravam em discussões. No séc. XIX quase ninguém tinha água canalizada nas suas casas, tomar banho era um verdadeiro luxo e saia demasiadamente caro. (Abre em tamanho grande) in AFML
Largo do Carmo (1959) - (Foto de Fernando Manuel de Jesus Matias (O "Chafariz do Carmo" terá sido construído segundo um projecto do Engº Genovês "Miguel Ângelo Blasco". Em cima é fechado pelas armas reais e coroa) in AFML
Largo do Carmo - (1960) Foto de Arnaldo Madureira ( O "Chafariz do Carmo" e alguns alunos da ex-escola "Veiga Beirão". Construção atribuída ao Engº Miguel Ângelo de Blasco" sendo a data da construção de 1769) in AFML
Largo do Carmo - (2009) Foto de Aires dos Santos (O "Chafariz do Largo do Carmo" na altura dos jacarandás em floração) in TREKEARTH
(CONTINUAÇÃO) LARGO DO CARMO [ IV ]
«O CHAFARIZ DO CARMO»
O «CHAFARIZ DO CARMO» considerado um dos mais originais chafarizes de LISBOA, está localizado no LARGO DO CARMO (antigo TERREIRO DO CARMO do século XV), em frente às ruínas da "IGREJA DO CONVENTO DO CARMO".
Com o início das obras no LARGO DO CARMO em Outubro de 1769 deve ter coincidindo com as obras de construção de um chafariz em conjunto com o prolongamento do ramal, proveniente do AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES construído entre 1731 e 1748. Foram intervenientes os arquitectos Manuel da Maia, Custódio Vieira, João Frederico Ludovice e Carlos Mardel, tendo ainda desenvolvido grande trabalho o italiano "António Canavari".
As águas conduzidas pelas GALERIA DO LORETO que passavam pela RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA e terminava no LARGO DE SÃO CARLOS, abastecia entre outros chafarizes: o CHAFARIZ DO SÉCULO na (antiga Rua da Formosa) o CHAFARIZ DO CARMO e ainda o CHAFARIZ DO LORETO, demolido entre 1853 e 1854.
Este CHAFARIZ DO CARMO terá sido construído conforme o projecto inicial do Engenheiro Genovês MIGUEL ÂNGELO BLASCO.
Depois de várias alterações efectuadas ao antigo chafariz durante vários anos, em 1786 REINALDO MANUEL DOS SANTOS terá eventualmente terminado um novo chafariz. Mas no século XIX são substituídos os tanques e em 12 de Junho de 1805 foram consertados os repuxos por onde passavam as águas para o CHAFARIZ DO CARMO.
Era o chafariz com o maior caudal de todos os que foram construídos no âmbito do AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES.
Em 17 de Junho de 1873, a Câmara deu posse de mais uma bica aos aguadeiros, ao que a população reagiu desfavoravelmente, tendo que fugir a polícia que pretendia proteger os aguadeiros.
A 5 de Outubro de 1875, com a enorme afluência de pessoas que residiam na zona envolvente e que levava a conflitos constantes com os aguadeiros, a CÂMARA DE LISBOA aprovou uma proposta prevendo a sua demolição, o que se não veio a realizar.
O CHAFARIZ DO CARMO de arquitectura infraestrutural, tardo-barroca, é um chafariz ligado à distribuição de água a LISBOA, pelas ÁGUAS LIVRES, do tipo nicho, com o chafariz ao centro, constituído por uma coluna em forma de prisma, formando a caixa de água, com acesso por porta de verga recta, onde se enquadram quatro bicas circulares, que vertem para dois tanques contracurvados e de perfil galbado. O conjunto é encimado por um esquema escultórico, piramidal, a que se endossam quarteirões, ornados por golfinhos. A estrutura é protegida por um nicho composto por arcos de volta perfeita, assentes em pilares toscanos, rematados por pináculos piramidais, com cobertura em falsa cúpula coroada.
Este chafariz fabricado em cantaria de calcário lioz, implantado sobre plataforma de planta circular com dois degraus, onde se ergue uma coluna em forma de prisma octogonal, formando a caixa de água, rematada em cornija e rasgada por uma porta de verga no lado SO., protegida por uma folha em metal pintado de verde. Sobre este, surge um pequeno pedestal octogonal e um segundo contracurvo, onde surge elemento piramidal irregular.
A cobrir o chafariz, surge uma estrutura em cantaria de calcário lioz, formada por quatro arcos, com o intradorso almofadado e o fecho marcado pelas armas reais e coroa fechada, assente em pilares toscanos, a que se adossam, exteriormente, quarteirões, com capitel dórico, sustentados por plintos de silharia fendida e rematados por pináculos piramidais. A estrutura é coberta por falsa cúpula por quatro nervuras e bocete central circular, com uma a rematar o exterior.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ V ] O CONVENTO E IGREJA DO CARMO(1)»
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