Largo do Carmo - (2001) Foto de Teresa Vale (Fachada lateral esquerda (NO) do "PALÁCIO VALADARES" no LARGO DO CARMO) in SIPA
Largo do Carmo - (2001) Foto de Teresa Vale ( Vista geral da fachada posterior do PALÁCIO VALADARES) in SIPA
Largo do Carmo - (2013) (Aspecto de uma sala do PALÁCIO VALADARES, depois da última intervenção de obras, no antigo "CLUBE DO CARMO de 1835") in NCREP
Largo do Carmo - (2013) - (Foto da última intervenção na cobertura no PALÁCIO VALADARES, antiga ESCOLA SECUNDÁRIA VEIGA BEIRÃO, no LARGO DO CARMO) in NCREP
(CONTINUAÇÃO) - LARGO DO CARMO [ X ]
«O PALÁCIO VALADARES ( 3 )»
No PALÁCIO VALADARES numa parte do edifício instala-se uma fábrica de arame cujo proprietário é JERÓNIMO PEREIRA DE LOUREIRO, aí permaneceu até 1817. No ano de 1819 o PALÁCIO é arrendado pelo seu proprietário a um grupo de clubistas, denominado "ASSEMBLEIA PORTUGUESA", que efectuaram obras de adaptação com vista à utilização de parte do edifício para festas e bailes. Em 28 de Dezembro de 1819 realiza-se o 1º baile do clube. A 13 de Maio de 1820, anos de D. JOÃO VI, realizou-se uma sessão de música clássica e dança e uma maravilhosa ceia ( 1 ).
A 20 de Janeiro de 1822 é dada uma festa neste clube, instalado no antigo PALÁCIO VALADARES que contou com a presença do rei D. JOÃO VI e dos infantes D. ISABEL MARIA, D. MIGUEL e D. SEBASTIÃO.
Em 28 de Novembro de 1826 estiveram presentes 400 convidados neste baile - entre os mais destacados - os oficiais ingleses BERESFORD e CASTELLANE. Três anos depois a ASSEMBLEIA PORTUGUESA muda-se para o PALÁCIO do "MANTEIGUEIRO" ali na RUA DA HORTA SECA ao CAMÕES, onde permaneceu até 1832.
Em 1835 foi criada e instalada neste edifício do PALÁCIO o "CLUB LISBONENSE" também chamado pelo "CLUBE DO CARMO", realizando-se para o efeito nova campanha de obras.
No período de 1836 a 1850 residiram na sobreloja do PALÁCIO os primeiros CONDES DE PARATY (irmão e cunhado do 1º MARQUÊS DE TORRES NOVAS). De 1838 a 1842 celebraram-se neste Palácio boas festas com grande sucesso, como atestam as memórias do MARQUÊS DE FRONTEIRA, que era um dos Directores do "CLUB LISBONENSE".
No início de 1850 instala-se na sobreloja do Palácio um COLÉGIO FEMININO, do qual era directora D. EUSÉBIA GERTRUDES GUIMARÃES, aí permaneceu até 1869.
Em 1870 instala-se também na sobreloja o COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO, que no ano seguinte passa a designar-se COLÉGIO MILHEIRO, sendo directora JOHANE STEPHAN. No ano de 1974 o colégio passa a chamar-se COLÉGIO ALEMÃO e permanece naquela parte do PALÁCIO até 1882.
Ainda no ano de 1880 extingue-se o CLUB LISBONENSE e o andar nobre do PALÁCIO é arrendado em 1881 à DIRECÇÃO GERAL DOS CORREIOS, TELÉGRAFOS e FARÓIS, que permaneceram neste local durante seis anos. Em 1888 todo o edifício é arrendado a JOÃO PEDRO TAVARES TRIGUEIROS (Director da COMPANHIA DOS CAMINHOS DE FERRO DO SUL E SUESTE) por quatro anos.
No início de 1892 funciona no antigo PALÁCIO VALADARES o LICEU NACIONAL (que tinha vindo do PALÁCIO DA REGALEIRA, a S. DOMINGOS), que passa a ser conhecido como LICEU DO CARMO, que depois de ter sido um liceu feminino, passou a chamar-se de ALMEIDA GARRETT, nome que se conservou até 1926.
Nesse ano, pensou-se que uma escola feminina devia ter o nome de uma mulher, tendo sido escolhida para "padrona" a escritora MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO. (Era tempo, porém, de nascer outro edifício de raiz, e num terreno da RUA RODRIGO DA FONSECA nasceu em 1932, aquela que seria durante longos anos, o mais conhecido liceu feminino da Capital, nascido no CARMO).
No ano de 1906 os descendentes do 9º CONDE DE VALADARES e da 4ª MARQUESA DE VAGOS (que tinham, pelo casamento, reunido as duas casas), efectuaram partilhas de bens, entre os quais se conta o PALÁCIO, que vai à praça, sendo adquirido por 41.300$00, pelo negociante BALTASAR RODRIGUES CASTANHEIRA (a carta de arrematação data de 10.01.1907).
Em Outubro de 1941 instala-se no imóvel a ESCOLA COMERCIAL VEIGA BEIRÃO.
No início de 1950 o edifício era pertença dos três netos de BALTASAR R. CASTANHEIRA, Pedro, Rafael e Carlos Castanheira Viana, encontrava-se então maioritariamente ocupado pela ESCOLA VEIGA BEIRÃO, enquanto que numa das sobrelojas se instalara a JUNTA DE FREGUESIA DO SACRAMENTO e nas restantes lojas e sobrelojas alguns estabelecimentos comerciais.
Este PALÁCIO VALADARES que em meados do século XIX foi sede da ASSEMBLEIA PORTUGUESA, seguiu-se o CLUB LISBONENSE que se manteve longas décadas. Na última década do século XIX funcionou o LICEU NACIONAL que passou a ser conhecido como LICEU DO CARMO, que depois passou a chamar-se ALMEIDA GARRETT até 1926.
Chamou-se MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO até aproximadamente ao ano de 1932, seguiu-se a ESCOLA COMERCIAL VEIGA BEIRÃO e a última a ocupar este antigo palácio foi a ESCOLA E.B. 2. 3, FERNÃO LOPES, que em 2004 passou para a RUA DAS CHAGAS, 28.
( 1 ) - Gazeta de LISBOA, de 16 de Maio de 1820.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ XI ]-A CAPELA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO(1)»
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