Rua Afonso Domingues - (2005) Foto de APS - (Aspecto das "CAPELAS IMPERFEITAS" que o mestre "Guilherme" dirigiu de 1477 até 1480. Depois orientadas por JOÃO ARRUDA - entre 1480-1485. MATEUS FERNANDES dirigiu mais tarde as obras das Capelas Imperfeitas, especialmente a porta que aqui documentamos) in ARQUIVO/APS
Rua Afonso Domingues - (2005) Foto de APS - (A "SALA DO CAPITULO" situa-se no lança oriental do Claustro, com entrada pela galeria deste através de uma porta ogival acairelada e ladeada por janelas bipartidas, neste espaço encontra-se a "CAMPA DO SOLDADO DESCONHECIDO", guardado por Militares) in ARQUIVO/APS
Rua Afonso Domingues - ( 2015 ) - (A "RUA AFONSO DOMINGUES" - seu início - vista da "RUA WASHINGTON" no cruzamento da "RUA DO MATO GROSSO") in GOOGLE EARTH
Rua Afonso Domingues - ( 2015 ) - (A "RUA AFONSO DOMINGUES" ao lado esquerdo depois do prédio forrado a azulejos e do pintado de verde, temos a "RUA PEDRO ALEXANDRINO" que cruza esta RUA) in GOOGLE EARTH
Rua Afonso Domingues - ( 1969 ) Foto de João H. Goulart (Um troço da "RUA AFONSO DOMINGUES" no "BAIRRO OPERÁRIO", da actual freguesia de "SÃO VICENTE") in AML
(CONTINUAÇÃO) - RUA AFONSO DOMINGUES [ III ]
«HISTÓRIAS DO MOSTEIRO DA BATALHA ( 2 )»
Diz-se que ao longo da história, todos os Monumentos sofrem peripécias complicadas que contribuem muito para a sua degradação. No "MOSTEIRO DA BATALHA" houve um primeiro passo bastante maléfico que foram as "INVASÕES FRANCESAS". Estiveram aqui duas vezes, a IGREJA serviu de cavalariça, o próprio mobiliário da sacristia foi queimado, ainda hoje no chão se pode ver uma grande mancha onde foi feita a fogueira, os túmulos foram violados e arrombados à procura de riquezas. Um grande abalo que o Mosteiro sofreu.
O segundo, ainda no século XIX, foi a extinção das ORDENS RELIGIOSAS ordenadas por JOAQUIM ANTÓNIO DE AGUIAR (por alcunha o "mata" Frades), em 1834, proporcionando que os Monumentos ficassem escancarados e fossem vandalizados de toda a maneira e feitio.
Honra seja feita à população de algumas localidades, como ALCOBAÇA e BATALHA, que ainda conseguiram segurar algumas coisas e também tiveram a sorte de alguns desses Monumentos servirem como Igreja paroquial.
A IGREJA PAROQUIAL DA BATALHA, até porque a IGREJA MATRIZ estava muito danificada, passou a funcionar como IGREJA PAROQUIAL a partir de 1882, o que, de certa forma, a salvaguardou e foi um dos espaços menos "beliscados" nessa época conturbada.
Em 1910, com a implantação da REPÚBLICA, que tinha um carácter anticlerical bastante forte, apareceu outro tipo de malefícios para o Monumento.
Com a governação da REPÚBLICA, levou a que o espaço do MOSTEIRO fosse ocupado e utilizado com actividades que não tinham nada a ver com a sua função inicial.
Aqui, o MOSTEIRO DA BATALHA passou a albergar as FINANÇAS, TESOURARIA, ESCOLA PRIMÁRIA, CORREIOS, PRISÃO e a própria MAÇONARIA teve aqui um espaço, com graves consequências para o Monumento, pois muitas vezes essas novas utilizações levavam à adaptação dos espaços descaracterizando completamente o MONUMENTO.
Por exemplo: Se hoje quiséssemos mostrar uma cela a algum visitante seria impossível, porque todas desapareceram. Acontece que em alguns períodos conturbados, sobretudo, após 1834, com a venda em haste pública de muitos bens das ORDENS RELIGIOSAS, os próprios Monumentos estiveram em risco de ser vendidos.
Felizmente, há sempre alguma luz que evita essa situação. No caso da BATALHA, o seu MOSTEIRO não foi vendido, mas a sua cerca foi vendida em haste pública.
Recordamos também da vinda dos chamados RETORNADOS DE ÁFRICA, em que o MOSTEIRO DA BATALHA esteve indicado para acolher no CLAUSTRO D. AFONSO V os desalojados, o que não aconteceu por em virtude de uma consciência crítica da altura, com raízes em COIMBRA, que alertou não ser a melhor solução para dar a esta espaço, porque implicaria novamente reformulação no interior para essa adaptação.
Portanto, não é de espantar, que de vez em quando surja ideias ou afirmações, muitas delas verdadeiras ou não, porque em muitos momentos da história os nossos MONUMENTOS e até os mais significativos, só não são vendidos por mero acaso. De qualquer forma, nunca existiu conhecimento de que o MOSTEIRO DA BATALHA estivesse alguma vez para ser vendido como estaleiro de pedra. Este Monumento nunca foi vendido, sempre pertenceu ao ESTADO, apenas a IGREJA teve um papel depois da extinção das ORDENS RELIGIOSAS, não de posse, mas de utilização em proveito das actividades paroquiais.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA AFONSO DOMINGUES [ IV ]-AFONSO DOMINGUES E SUA OBRA».
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