Rua Afonso Domingues - (1949) Desenho de Pedro Guedes . (Emissão de Selos Comemorativa da Fundação da Dinastia de AVIS, dos CORREIOS DE PORTUGAL) in PORTUGAL EN STAMPS
Rua Afonso Domingues - (2005) - Foto de autor não identificado ( O MOSTEIRO DA BATALHA ou MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA) in WIKIPÉDIA
Rua Afonso Domingues (2015) - (A "RUA AFONSO DOMINGUES" à nossa esquerda a "RUA DOS OPERÁRIOS") in GOOGLE EARTH
Rua Afonso Domingues - (1969) Foto de João H. Goulart - (A "RUA AFONSO DOMINGUES", esquina da "RUA PEDRO ALEXANDRINO", no "Bairro Operário" nos anos sessenta do século vinte) in AML
Rua Afonso Domingues - (século XV) - (A figura de "AFONSO DOMINGUES", um pequeno pormenor, representado numa das paredes da CASA DO CAPÍTULO no "MOSTEIRO DA BATALHA" ) in MOSTEIRO DA BATALHA
(CONTINUAÇÃO) - RUA AFONSO DOMINGUES [ IV ]
«AFONSO DOMINGUES E SUA OBRA»
«AFONSO DOMINGOS» nascido em LISBOA em meados do século XIV. Mestre arquitecto, cujo nome ficou ligado de 1387 a 1402 às obras do «MOSTEIRO DA BATALHA» (anteriormente tinha trabalhado na SÉ CATEDRAL DE LISBOA). Pensa-se que terá sido ele a fazer o traçado da primeira planta para o "REAL MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA". ( 1 )
É uma figura cuja vida se desconhece e é até um pouco lendária; foi imortalizado por ALEXANDRE HERCULANO, que romanceou este mestre do gótico no seu livro "LENDAS E NARRATIVAS".
Segundo o historiador romântico, D. JOÃO I pensou que, após ter cegado, "AFONSO DOMINGUES" não podia terminar a abóbada da SALA DO CAPÍTULO e, por isso, teria encarregado da obra "DAVID OUGUET", ou "HUGUET", que não foi capaz de a realizar.
AFONSO DOMINGUES levou a peito construí-la e, terminado o trabalho, segundo a lenda, terá ficado três dias e três noites sob a abóbada sem comer, nem beber. «A abóbada não caiu, a abóbada não cairá» , terá dito, e faleceu.
Esta lenda teve lugar na época da construção do "MOSTEIRO DA BATALHA". O arquitecto do Mosteiro chamava-se AFONSO DOMINGUES, mas devido à sua cegueira e idade avançada, foi afastado da obra. A conclusão do MOSTEIRO tinha passado para as nãos de "HUGUET", e AFONSO DOMINGUES não se conformava com o facto. Um dia, D. JOÃO I foi visitar o MOSTEIRO para assistir ao AUTO DE CELEBRAÇÃO DOS REIS. Vinha desejoso de visitar a CASA DO CAPÍTULO DO MOSTEIRO, que mestre "HUGUET" tinha recentemente concluído, seguindo o traçado dos projectos de AFONSO DOMINGUES, à excepção da abóbada que cobria o CAPÍTULO. No entender do mestre "HUGUET", seria impossível concretizar a abóbada imaginada por AFONSO DOMINGUES por esta ser muito achatada. Sem consultar o mestre português, decidiu concluí-la de outra forma. O "HUGUET" estava no Capítulo, vangloriando-se da sua supremacia sobre o mestre português, quando reparou nas fendas que se abriam na abóbada e que ameaçava a sua queda. Em pânico, entrou a correr pela Igreja dizendo que o mestre AFONSO DOMINGUES lhe tinha enfeitiçado o trabalho. Pensando que "HUGUET" estava possuído pelo Demónio, os frades acorreram a exorcizá-lo. "HUGUET" caiu desmaiado ao mesmo tempo que um tremendo estrondo anunciava a queda da abóbada da CASA DO CAPÍTULO, apenas 24 horas depois de ter sido concluída.
El-REI D. JOÃO I nomeou novamente AFONSO DOMINGUES mestre das obras do Mosteiro, pondo o "HUGUET" sob as ordens do mestre. A construção da abóbada foi então retomada, agora seguindo o seu traçado primitivo.
No dia em que foram retirar as traves dos simples que sustentavam a abóbada foi deixado no centro da sala uma pedra onde ficou sentado AFONSO DOMINGUES. Este terá prometido a CRISTO que ficava sentado na pedra, sem comer nem beber, durante três dias, como prova de que a abóbada não cairia. Ao fim do terceiro dia, El- REI recebeu a triste notícia de que o grande arquitecto português estava morto. A abóbada não tinha caído. Em memória de AFONSO DOMINGUES, foi esculpida uma estátua, de pedra sobre a qual acabou os seus dias. A estátua foi colocada na CASA DO CAPÍTULO.
( 1 ) - AFONSO DOMINGUES será eventualmente oriundo de uma família abastada, uma vez que tinha residência numa das zonas mais caras de LISBOA, na freguesia da MADALENA. A ele se ficou a dever a traça original do MOSTEIRO, tendo dirigido as obras entre 1387 e 1401. Embora deixasse o templo totalmente configurado, não conseguiu finalizar a obra por ter falecido em 1402.
Bom mestre AFONSO DOMINGUES/ - Nobre engenho, rija espada - /Entre todos te distingues, / Gigante que vens do nada! / ALJUBARROTA! Sol! Glória!/ És armado cavaleiro!/ Também é tua a vitória/ De el-Rei D. JOÃO I!/ Tu e os teus, com vossas lanças,/ A nova coroa ergueis!/ Mas volta a paz de asas mansas:/ Tornam-se as lanças cinzeis!/ Vencida a gente orgulhosa,/ O teu engenho trabalha/ Na traça maravilhosa/ Do MOSTEIRO DA BATALHA!/ E, nesse poema infindável/ De ogivas e modilhões,/ Ressuscita o CONDESTÁVEL/ E abre as asas - CAMÕES!
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LIVRO (antigo) DA "DISCIPLINA DE PORTUGUÊS" «PORTUGAL GIGANTE», um poema de "FERNANDO DE PAMPLONA ao MESTRE AFONSO DOMINGUES.Bom mestre AFONSO DOMINGUES/ - Nobre engenho, rija espada - /Entre todos te distingues, / Gigante que vens do nada! / ALJUBARROTA! Sol! Glória!/ És armado cavaleiro!/ Também é tua a vitória/ De el-Rei D. JOÃO I!/ Tu e os teus, com vossas lanças,/ A nova coroa ergueis!/ Mas volta a paz de asas mansas:/ Tornam-se as lanças cinzeis!/ Vencida a gente orgulhosa,/ O teu engenho trabalha/ Na traça maravilhosa/ Do MOSTEIRO DA BATALHA!/ E, nesse poema infindável/ De ogivas e modilhões,/ Ressuscita o CONDESTÁVEL/ E abre as asas - CAMÕES!
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA AFONSO DOMINGUES [ V ] A ESCOLA INDUSTRIAL AFONSO DOMINGUES ( 1 )»
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