Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de FOTOVOO - (Fachada do "PALÁCIO PALMELA", ladeando a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA", em 1822 foi à praça, sendo arrematado por HENRIQUE TEIXEIRA DE SAMPAIO, 1.º Barão da Terceira e 1.º Conde da Póvoa, um dos homens mais rico do seu tempo. in SÉTIMA COLINA
Rua da Escola Politécnica - (Começo de 1952) Foto de Salvador de Almeida Fernandes - (PALÁCIO DOS DUQUES DE PALMELA, em primeiro plano o Policia sinaleiro e o CHAFARIZ DO RATO, encostado a propriedade do PALÁCIO) ( Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Escola Politécnico - (1944) Foto de Eduardo Portugal ( O PALÁCIO DOS DUQUES DE PALMELA, nesta altura ainda o Duque de Palmela habitava o Palácio) (Abre em tamanho grande) in AML
(CONTINUAÇÃO)- RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XI ]
«O PALÁCIO PALMELA ( 2 )»
Foi então mandado fechar o saguão para nele ser criada uma importante escadaria que serve não só o primeiro andar, como a sobreloja, e o andar nobre, agora condignamente realçado no conjunto. A escadaria adornada com decorativas "COLUNAS TORSAS" ( 1 ) de mármore rosa, visivelmente adaptadas, que realçam a cenografia, de gosto já neoclássico, que atinge esta campanha de obras. Foi também alterada a divisão interna, desenhando-se os imprescindíveis salões palacianos, agora decorados a preceito com pinturas murais, onde é manifesta a influencia de gosto de "JEAN-BAPTISTE PILLEMENT"(1728-1808), executadas por um artista não identificado, um dos múltiplos seguidores do pintor francês que, por ocasião, proliferavam em LISBOA.
A tradição segundo a qual alguma dessas pinturas seriam do próprio "PILLEMENT" é manifestamente errónea, quer por razões cronológicas, quer ainda, por não evidenciarem a qualidade que caracterizou a obra do mestre Gualês.
Estas obras, já estavam concluídas em 1833, quando morreu o CONDE DA PÓVOA. Falecido pouco depois seu filho único varão, o ainda menor 2.º CONDE DA PÓVOA, a herança caiu na filha "D. MARIA LUÍSA".
A mão desta senhora foi muito disputada, enchendo-se então os mexericos lisboetas com as peripécias recambolescas deste episódio, que meteu sequestros, acções e um estendal de lavagem de roupa suja, agigantado pela grandeza da fortuna e o relevo político das figuras envolvidas, que incluíam "MOUZINHO DA SILVEIRA" e o "DUQUE DE PALMELA, tutor da menina.
Tudo acabou com o casamento de "D. MARIA LUÍSA" com o filho de PALMELA, futuro 2.º DUQUE deste titulo. Deste enlace nasceu em 1841, "D. MARIA LUÍSA DE SOUSA HOLSTEIN", depois 3.ª DUQUESA DE PALMELA, que viria a escolher esta casa materna para sua residência, transformando-a num dos centros mais activos da vida social e cultural lisboeta da segunda metade do século XIX.
Em 1833, o filho do Arquitecto fundador; "FRANCISCO ANTÓNIO DE SOUSA" tinha regressado do degredo a que tinha sido condenado, tentou impugnar o PALÁCIO, mas na nova situação liberal, maior era o poder do DUQUE DE PALMELA, protector do PÓVOA, então falecido, e nenhum êxito teve a reclamação que, porém assentava numa razão moral inegável. Logo no ano seguinte, PALMELA tutor dos filhos do colaborador e amigo, estabeleceu promessa de casamento do seu herdeiro com a filha do PÓVOA, que na época tinha sete anos de idade, casando-a mesmo daí a mais cinco, já ela era então herdeira, por morte de seu irmão, em 1837, e a mais rica herdeira do reino de D. MARIA II.
Deu escândalo público o feito, com reclamação e processo da condessa viúva e da família do conde; e só uma intervenção particular do MARQUÊS DE FRONTEIRA (que conta nas suas famosas MEMÓRIAS) junto de COSTA CABRAL, MINISTRO DA JUSTIÇA, abonou as coisas a favor da família PALMELA, onde a grande herança acabou por entrar, com a própria casa nobre, de onde a condessa viúva se via expulsa.
O pai manteve-se no palácio da família, no CALHARIZ, (PALÁCIO DO CALHARIZ-PALMELA), então também melhorado, o 2.º DUQUE viveu no palácio que o sogro desenvolveu em grandes obras e a casa tomou o nome dos PALMELAS. Estes eram de fidalguia antiga, de princípios Quinhentistas, com o "MORGADO DO CALHARIZ" entrado por casamento no filho segundo do 1.ºBARÃO DO ALVITO, SILVEIRA, que adoptou o nome de uma avó materna este SOUSA , do ramo dito de "ARRONCHES", que tinham enumeras gerações ilustres por detrás, desde o século XI. O BRASÃO adoptado e fixado foi o deles, em pleno, assumido a linhagem e sem diferença heráldica.
( 1 ) - COLUNA TORSA ou COLUNA SALOMÓNICA- Coluna cujo fuste apresenta saliências helicoidais (ou retorcidas) de secção semicircular.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XII ] O PALÁCIO PALMELA ( 3 )»
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