sábado, 6 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE)[ I ]

«LARGO ÁLVARO DE ANDRADE»
 Largo Álvaro de Andrade - (1938)   - ( O "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS" visto no seu frontispício de 1938)      in    ARQUIVO/APS
 Largo Álvaro de Andrade - (1938)  -  (Álvaro de Andrade foi chefe de Redacção do  "RÁDIO-SEMANAL  tendo  organizado este ANUÁRIO, com a colaboração de alguns (meus amigos) do "velho" "JORNAL DO COMÉRCIO")     In  ARQUIVO/APS
 Largo Álvaro de Andrade -  (2000)  -  Foi colocado o topónimo de "ÁLVARO DE ANDRADE" num LARGO que existia na "AZINHAGA DO VALE FUNDÃO" na freguesia de MARVILA)  in JORNAL "A CAPITAL".  
 Largo Álvaro de Andrade - (1936)  -  Publicação do "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS" de 1936, uma edição do RADIO-SEMANAL, Suplemento do "JORNAL DO COMÉRCIO")  in  ARQUIVO/APS 
Largo Álvaro de Andrade - (1936)  - (Onde se publicava o  RÁDIO-NACIONAL de ÁLVARO DE ANDRADE, era no "JORNAL DO COMÉRCIO". Este periódico, nasceu em 17 de Outubro de 1873, teve como seu Director e Proprietário DINIZ  BORDALO PINHEIRO. Em 1962 é adquirido pelo Dr. FAUSTO LOPO DE CARVALHO (ligado ao Jornalismo e à Companhia de Seguros A NACIONAL),  nos anos 70 do século passado. Entretanto passou para o GRUPO DO BANCO BORGES & IRMÃOS, depois da nacionalização da BANCA, o "JORNAL DO COMÉRCIO" viu-se a braços com uma crise de identidade, acabando por fechar definitivamente no ano de 1983, tendo publicado durante 130 anos, por isso na época se indicava que "era o jornal mais antigo do país")   In  ARQUIVO/APS

(INÍCIO DA 5.ª SÉRIE)
RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE)  [ I ]

«LARGO ÁLVARO DE ANDRADE»

Andamos há anos a falar de "gente dos Jornais" que tenham o seu nome consagrado numa das RUAS DE LISBOA - praticamente o que temos andado a fazer ultimamente -  levar-nos-ia, fatalmente, a encontrar depressa membros de uma nobre profissão que, como conhecemos, está em vias de desaparecimento, principalmente a parte de TIPOGRAFIA,  aqueles operários que passavam ao chumbo as palavras escritas, que faziam quase seus colegas dos textos que lhes era dado compor, que ombreavam tanto com "escritores" com "jornalistas" num saber de experiência feito e a consciência de que não podiam passar uns sem os outros, esses acabaram em quase toda a parte. O reinado do COMPUTADOR veio pôr-lhes termo, transformando em tecnologia fria aquilo que todos designavam por composição " a quente".
No que ao Jornalismo diz respeito, havendo embora que aceitar a modernização - inegavelmente portadora de uma comodidade saborosa e de uma economia de esforço notável -, não se poderá  levar a mal a profissionais mais antigos que lembrem com nostalgia "o cheiro do chumbo". Era como obra de magia, ver o metal a entrar em barras  por uma boca da "LINOTYPE" e ver sair, depois da fundição, os caracteres "alinhadinhos" do outro lado, obedientes ao comando das mãos sábias que premiam os teclados. Ou, outra fase ainda, assistir com pasmo à rapidez e precisão com que os "compositores manuais", tiravam das caixinhas respectivas os caracteres e os colocavam  na "RÉGUA",  com o auxilio de uma simples pinça, direitos e compreensíveis, formando palavras e textos completos...
Tudo lá vai - e só parece ir tardando o museu - escolas onde possa dar-se conta às novas gerações de como se faziam JORNAIS e LIVROS antes de toda a gente se sentar diante do seu COMPUTADOR e de aprender esta nova linguagem em que "imprimir" já se diz "printar" e "conservar" se traduz por "seivar", estranha contracção do inglês "SAVE" e da respectiva pronúncia com o sufixo "ar", que tem ali função de tentar aportuguesar as coisas.

São múltiplos os casos de personalidades da mesma família que se distinguiram por forma a darem os respectivos nomes a RUAS DE LISBOA. Abundam os exemplos entre as figuras bíblicas: SÃO PEDRO e SANTO ANDRÉ que, segundo o evangelho, eram irmãos, estão consagrados na Toponímia alfacinha. O mesmo se pode dizer do casal formado por SANTA ANA e SÃO JOAQUIM e assim por diante. Ora, nesta busca de gente ligada aos jornais, que hoje iniciamos, constitui Topónimos encontram-se dois irmãos, lisboetas de gema, que além de terem em comum a raiz familiar, partilham de algum modo os gostos e a notabilidade. Um mais velho,(de que nos debruçaremos hoje), o outro mais novo, MANUEL FERREIRA DE ANDRADE que publicaremos mais à frente.

À "RUA ÁLVARO DE ANDRADE" (Jornalista) foi-lhe dado um Largo existente junto da AZINHAGA DO VALE FUNDÃO, na freguesia de MARVILA, falecido em 1976.  Por um EDITAL Camarário de 20 de Março de 1995 assim o estipulou.  ÁLVARO ANDRADE, o vício da escrita era bem de família. Na verdade, A. FERREIRA DE ANDRADE, bem mais velho que o irmão MANUEL (nasceu, também em LISBOA, em 5  de Junho de 1894) sempre esteve ligado à IMPRENSA e aos meios de comunicação em geral. Pertenceu àquela classe de Jornalistas que fizeram carreira sem se deterem demasiado tempo no mesmo sítio. De facto, o seu nome pode facilmente ser associado a cargos de chefia desempenhados em REDACÇÕES como  os jornais: "DIÁRIO DE LISBOA"; "DIÁRIO DA MANHÃ"; "JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS"(em Lisboa), ou das REVISTAS "NOTÍCIAS ILUSTRADAS"; "ILUSTRAÇÃO" ou "HOJE". Na segunda metade dos anos 30, chefiou os serviços de produção da "EMISSORA NACIONAL". O gosto pela rádio ficou-lhe, patenteado na feitura de revistas semanais que tratavam exclusivamente daquele meio de comunicação, tal como hoje acontece com as publicações dedicadas à TELEVISÃO. Foi o caso de "RÁDIO NACIONAL" e mais tarde o "RÁDIO SEMANAL", além de lhe ter cabido a organização de um "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS", publicados pelo "JORNAL DO COMÉRCIO", cujo seu Editor e Editor era representado por DINIZ BORDALLO PINHEIRO (meu "DIRECTOR" desde 1950 até ao seu falecimento em 1957).
"ÁLVARO DE ANDRADE" passou ainda pelo "SÉCULO" e, nos últimos anos de carreira pelo "DIÁRIO POPULAR", onde manteve crónicas teatrais e uma rubrica de efemérides.
O lugar de maior notoriedade que exerceu foi, porém, o de DIRECTOR do Jornal Desportivo "A BOLA", durante 10 anos e até 1955. Neste periódico , embora "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" e "RIBEIRO DOS REIS" fossem os "homens fortes", foi decidido entregar a direcção a um nome com quem o regime e a censura não embirrassem particularmente. E a" ÁLVARO DE ANDRADE" ainda lhe sobrou um pouco de tempo para o teatro: foi tradutor e adaptador de peças e também co-autor de algumas obras.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SERIE([ II }-"RUA ALBERTO DE OLIVEIRA"».

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