quarta-feira, 31 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VIII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 2 )»
 Rua Camilo Castelo Branco ( 1850 ) Foto de autor não identificado  -  (Retrato de CAMILO CASTELO BRANCO quando tinha 25 anos de idade)   in    WIKIPÉDIA
 Rua Camilo Castelo Branco (1888) - Foto de autor não identificado  -  (Capa da  revista "A COMÉDIA PORTUGUESA" com a foto de CAMILO )  in  TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Camilo Castelo Branco - (195_) foto de Judah Benoliel  -  (A "RUA CAMILO CASTELO BRANCO", troço entre a "AVENIDA DUQUE DE LOULÉ" e a "AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VIII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 2 )»


A verdade é que CAMILO CASTELO BRANCO nunca perdeu os contactos com LISBOA. São de facto, relativamente muito frequentes as suas deslocações à CAPITAL.
"CAMILO FERREIRA BOTELHO CASTELO BRANCO" nasceu em LISBOA no dia 16 de Março de 1825 e faleceu a 1 de Junho de 1890 em SÃO MIGUEL DE SEIDE - CONCELHO DE FAMALICÃO.  Romancista muito produtivo, tanto mais que foi o primeiro escritor português a viver exclusivamente daquilo que escrevia, um paradigma da cultura portuguesa do século XIX.
"CAMILO" foi Cronista, Dramaturgo, Ensaísta, Poeta, JORNALISTA e Tradutor, somando mais de trezentos títulos editados.
"CAMILO" quando permanecia em Lisboa hospedava-se em sítios diversos, como no conhecido "HOTEL UNIVERSAL", que ficava onde hoje se encontra a "memória" dos "ARMAZÉNS DO CHIADO". Conhecia razoavelmente o ambiente das letras lisboetas, mantinha correspondência com alguns letrados aqui residentes. Estava atento para o bem e para o mal. Não dispensou, por exemplo, de lançar algumas "ferroadas" ao "GRÉMIO LITERÁRIO", que terá passado por uma fase menos feliz e menos condizente com a sua vocação. Escreveu assim: "A instituição  do "GRÉMIO LITERÁRIO" poderia cuidar de letras (...). Como a nossas gente é pouco coroável de palavreado e as línguas inspiradas ganhassem saburro nos lides Parlamentares, as letras fugiram de lá...".

Em 1860, chegou a morar, um tempo episodicamente é certo, em LISBOA, mais exactamente na "RUA DE SÃO JULIÃO", numa casa que partilhou com o seu amigo "VIEIRA DE CASTRO". E em 1874, quando já habitava há muito em SEIDE com "ANA PLÁCIDO", chegou "CAMILO" a pensar fixar-se em LISBOA. Teve assim em vistas uma casa na "RUA DE SÃO JOÃO DA MATA" ( a SANTOS). Um seu amigo, (o primeiro e único) VISCONDE DE OUGUELA, "CARLOS RAMIRO COUTINHO" que lhe escreveu, a dar conta de como a casa em questão era grande e cómoda. Dada a quantidade e qualidade dos aposentos que possuía , a renda pedida (300 mil réis por ano) nem era cara, advogava o VISCONDE.
Mesmo na obra, revelou "CAMILO" algum conhecimento da cidade de LISBOA. Dedicou-lhe, por exemplo os três volumes dos "MISTÉRIOS DE LISBOA", seguidos do "LIVRO NEGRO DO PADRE DINIS", ainda que este imaginário herói fosse personagem internacional. E em "A QUEDA DE UM ANJO" há como que uma antecipação da "sátira verrinosa" que "EÇA DE QUEIROZ" viria a fazer de alguns aspectos da vida lisboeta.

Dos JORNAIS que colaborou não cabe aqui uma biografia, mínima que fosse. Continuando no propósito de focar os homens e mulheres cujos nomes figuram nas "RUAS DE LISBOA" e tiveram intimamente ligados a jornais, revistas, interessa pois falar dessa faceta CAMILIANA. E, na verdade, o homem que pensou ser médico, jurista e padre - mesmo depois de já ter sido pai e ter tido um primeiro casamento aos 15 anos de idade - foi também JORNALISTA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE) [ IX ] - RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 3 )».

Sem comentários: